Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro e demais integrantes da comitiva brasileira da delegação que foi para a Assembleia-Geral das Nações Unidas e tiveram contato com o ministro Marcelo Queiroga vão permanecer isolados até pelo menos sábado à noite e domingo pela manhã, quando devem fazer um novo teste para saber se pegaram Covid-19 do titular da Saúde.
Segundo o secretário especial de Comunicação Social, André Costa, a providência decorre do último contato que Bolsonaro e os outros tiveram com Queiroga em Nova York, que na véspera teve um diagnóstico positivo de Covid e permaneceu nos Estados Unidos em isolamento.
Costa disse nesta quarta-feira que a delegação que acompanhou o presidente na visita à ONU foi orientada a permanecer em isolamento, seguindo recomendação epidemiológica.
"Toda a comitiva que retornou ao país encontra-se assintomática e... essas pessoas permanecerão em isolamento", disse Costa, em pronunciamento no Palácio do Planalto, citando um guia do governo que orienta o que fazer em caso de contato com alguém que teve Covid.
O secretário contabilizou que a orientação de permanecer em isolamento vai valer para cerca de 50 pessoas, inclusive para quem não teve contato direto com o ministro da Saúde.
"São 50 pessoas, um pouco mais de 50 pessoas. Não entraram em contato com ministro, mas por medida de precaução foram submetidos às mesmas regras", destacou.
O secretário relatou ainda que, pelo guia, as pessoas serão submetidas a um novo teste RT-PCR após o quinto dia de contato com Queiroga. Caso ele dê negativo, elas estarão liberadas e terão acompanhamento médico até o décimo quarto dia. Se até lá permanecerem assintomáticas, estará descartado o contágio por Covid.
Costa afirmou que Bolsonaro encontra-se no Palácio da Alvorada, está totalmente assintomático e vai seguir a orientação.
O presidente foi o único dos líderes do G20 que participou da Assembleia da ONU sem se vacinar. Ele admitiu não ter se imunizado durante um encontro bilateral que teve com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Em discurso na ONU, Bolsonaro chegou a defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra Covid e criticou medidas de isolamento determinadas por governadores e prefeitos para conter o avanço da doença.