Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro insinuou nesta quinta-feira que a pressão pela vacinação contra a Covid-19 deve-se a um lobby que seria exercido pelos laboratórios que produzem os imunizantes.
Na tradicional transmissão semanal ao vivo por redes sociais, Bolsonaro voltou a questionar a necessidade de pessoas que já contraíram o coronavírus se vacinarem, assim como crianças. O presidente também citou, como parte desse suposto lobby, a discussão sobre a instituição de um passaporte de vacinação.
"Por que quem já contraiu o vírus é obrigado a tomar a vacina? Será --eu não estou afirmando-- será que é o lobby das vacinas? Os interesses das indústrias farmacêuticas que estão faturando bilhões com a vacina? Será? Porque não tem cabimento", questionou Bolsonaro, que já anunciou que não irá se vacinar.
"Será que governadores, prefeitos, estão obrigando o passaporte vacinal, estão apoiando o lobby dessas indústrias farmacêuticas? Eu não estou acusando, estou botando apenas uma interrogação", disse, afirmando mais uma vez que não irá tomar medidas que obriguem as pessoas a tomarem um imunizante que não queiram.
"Por que obrigar criança a a tomar vacina? Qual a chance de uma criança, por exemplo, contrair o vírus e ir a óbito? Parece, não quero afirmar, que é o lobby da vacina", acrescentou o presidente.
Bolsonaro aproveitou para reforçar, sem citar nomes, sua defesa de remédios comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.
Também comparou essas medicações, indicadas para o tratamento de outras doenças que não a Covid, com remédios experimentais como os desenvolvidos pela AstraZeneca (LON:AZN), que têm apontado redução de casos graves e mortes em estudos.