Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - Os cartórios do Brasil registraram no primeiro semestre deste ano o maior número de mortes da série histórica, iniciada em 2003, para o conjunto dos primeiros seis meses de um ano, de acordo com dados divulgados pela associação que representa o setor, que apontou ao mesmo tempo o menor número de registro de pessoas nascidas vivas.
O fenômeno acontece em meio à pandemia de Covid-19 no Brasil, segundo país do mundo com maior número de mortes pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos primeiros seis meses de 2021, o Brasil registrou 323.117 mortes por Covid, de um total de 528.540 óbitos pela doença no país desde o início da pandemia no ano passado.
Segundo o levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), os cartórios do Brasil registraram 956.534 óbitos de janeiro a junho, número que, de acordo com nota divulgada pela entidade, é 67% superior à média histórica de mortes no Brasil e 37,3% superior ao número de mortes registrados no primeiro semestre do ano passado.
Ao mesmo tempo, os cartórios registraram o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003, 1.325.394 nascimentos, de acordo com a Arpen-Brasil.
Na nota, a entidade afirma que o número de nascimentos nos primeiros seis meses foi 10% menor do que a média histórica e representa uma queda de 0,09% em relação ao ano passado e de 8,6% na comparação com 2019, antes da pandemia.
"A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve na média de 901.594 nascimentos a mais, caiu para apenas 368.860 em 2021, uma redução de 59,1% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 41,4%, e em relação a 2019 foi de 55,2%", afirmou a Arpen-Brasil em nota.