Por Sarah White e Michaela Cabrera e Hanna Rantala
CANNES, França (Reuters) - Armados de testes de Covid-19 e máscaras, astros de cinema começarão a chegar a Cannes na terça-feira para a volta do maior festival de cinema do mundo, que almeja ajudar o setor a se recuperar do golpe desferido pela pandemia global.
Organizadores e autoridades locais estão apostando em protocolos e exames rígidos de coronavírus para evitar problemas no evento, agora que o governo francês intensifica os alertas sobre os casos crescentes da variante Delta altamente transmissível da Covid-19.
O festival, que incluirá a mais nova investida do ator norte-americano Sean Penn na direção e uma estreia do novo filme da franquia de sucesso "Velozes e Furiosos", também coincide neste ano com o início da temporada de verão nas praias, que atrai milhares de visitantes a mais para a cidade.
O Festival Internacional de Cinema de Cannes, normalmente uma sequência frenética de 12 dias de exibições, festas, coletivas de imprensa e presença de estrelas na famosa Croisette à beira-mar, costuma acontecer em maio, mas foi cancelado no ano passado e adiado este ano devido à pandemia.
O prefeito de Cannes, David Lisnard, minimizou as preocupações com os riscos de contágio no festival, o que será comemorado por restaurantes e hotéis emergindo dos confinamentos.
"Não há situação de risco zero, mas... é mais seguro ir ver um filme no festival de Cannes do que ir fazer compra em um supermercado", disse ele à Reuters.
No Palais du Festival, que realizará a maioria das exibições --e que ainda está funcionando em paralelo como centro de vacinação contra Covid-19 para os moradores--, os presentes já exibiam seu certificados de saúde nesta segunda-feira, e alguns foram rejeitados e orientados a obter exames atualizados.
Os grandes astros também estarão sujeitos a verificações rigorosas, disse o diretor do festival, Thierry Frémaux, aos jornalistas.
O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, que compõe o júri que concederá a Palma de Ouro de melhor filme, o maior prêmio do evento, estava finalizando uma quarentena de duas semanas na França para poder comparecer.
"Teremos que ser sensatos e cuidadosos", disse Frémaux.
Há menos pessoas comparecendo neste ano --28 mil, quando o normal é de 35 mil a 40 mil--, e as restrições do coronavírus conterão as festanças.
"Haverá menos festas, nada do que houve dois anos atrás, infelizmente", disse Philippe Grandjuan, organizador de festivais culturais da cidade francesa de Lyon.