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Copa "covidário": Brasil enfrenta repique de casos de Covid às vésperas de jogos da seleção

Publicado 23.11.2022, 12:04
© Reuters. Rua decorada para a Copa do Mundo em Manaus
19/11/2022 REUTERS/ Bruno Kelly

Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os tradicionais churrascos de família e encontros de amigos em bares para acompanhar os jogos do Brasil na Copa do Mundo podem se tornar "covidários" neste ano, em meio a um repique de casos de Covid-19 impulsionado por uma defasagem na vacinação e o avanço de novas subvariantes com maior poder de transmissão, alertaram especialistas.

Segundo país do mundo com maior número de mortes pela Covid-19, segundo dados oficiais, com quase 690 mil desde o início da pandemia, o Brasil registrou um aumento nos casos de mais de 230% na comparação da semana passada com o início do mês de novembro, retornando a um patamar visto pela última vez no fim de agosto. As novas infecções, provocados pela nova subvariante Ômicron BQ.1 e outras, têm sintomas mais leves para aqueles que estão com o esquema vacinal completo, o que significa que o número de óbitos não registra o mesmo aumento.

Mesmo assim, hospitais têm registrado um aumento no número de pacientes internados, a maioria sem ter completado o esquema vacinal. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a primeira dose de reforço, que é indicada para todos acima de 12 anos.

Com a estreia do Brasil no Mundial do Catar na quinta-feira, os torcedores deveriam usar máscaras, em especial em locais fechados, e ter todos os cuidados de higiene para evitar o contágio, disseram especialistas. O ambiente festivo dos jogos, no entanto, não costuma ter esse cenário.

"Vai ser um covidário permanente. Toda aglomeração hoje nós consideramos um local de alta possibilidade de transmissão, porque é muito fácil de pegar", disse a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo. "Estamos tratando de um vírus de transmissão respiratória aguda e com capacidade de replicação enorme".

A média de casos por dia no Brasil saltou de 3.750 por dia no começo do mês para mais de 12.500 na ultima semana, enquanto a média diária de mortes permaneceu em 36 nos dois períodos. No auge da pandemia, o Brasil chegou a registrar média de 3 mil mortes e quase 200 mil casos em um único dia.

Mesmo quem está vacinado tem sido contaminado nesse repique da doença, uma vez que as vacinas disponíveis no Brasil até o momento não foram desenvolvidas para enfrentar a variante Ômicron e suas subvariantes, o que representa um atraso em relação a países como Estados Unidos, Reino Unido e Chile.

"Evidentemente que se nós estivássemos vacinados com as vacinas atualizadas nós poderíamos diminuir essa transmissão que está tão alta", afirmou Dalcolmo.

Somente na noite de terça-feira a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial das novas versões bivalentes do imunizante da Pfizer (NYSE:PFE), quase três meses após o laboratório ter apresentado seu primeiro pedido. O órgão regulador também determinou a volta da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões e aeroportos.

Além disso, o Ministério da Saúde ainda precisa negociar com a empresa o fornecimento do imunizante atualizado, cuja recomendação de uso é como dose de reforço na população acima de 12 anos. Segundo a pasta, o contrato contempla a entrega de vacinas com cepas atualizadas aprovadas pela Anvisa, mas ainda não há uma previsão de entrega.

Também há um atraso em relação à vacinação de crianças. Somente 5,5% das crianças de 3 e 4 anos tomaram as duas doses, mais de quatro meses após a aprovação do uso emergencial da Coronavac para essa faixa etária, de acordo com levantamento da Fiocruz. Existe uma preocupação também em relação à faixa etária de 6 meses a 3 anos, uma vez que o governo só disponibilizou doses para crianças com comorbidades nessa faixa etária.

"Faltou responsabilidade sanitária ao governo federal, especialmente no que tange à precoce suspensão da Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional) em abril de 2022 e à continuidade da sua errática coordenação da vacinação no país, particularmente na lenta e pouco convincente campanha de vacinação em menores de 12 anos", afirmou o epidemiologista Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz em Manaus, onde uma nova subvariante da Ômicron tem provocado uma disparada de casos.

© Reuters. Rua decorada para a Copa do Mundo em Manaus
19/11/2022 REUTERS/ Bruno Kelly

Segundo ele, um "fracasso" na aplicação da dose de reforço contra a Covid-19 resultou no "aumento evitável de reinfecções e ambiente favorável à disseminação e surgimento de novas sublinhagens da Ômicron" no Brasil.

O Ministério da Saúde afirmou, em resposta à Reuters, que tem distribuído as vacinas a todos os Estados, com mais de 519 milhões de doses distribuídas nacionalmente.

A pasta ressaltou que enviou uma nota técnica aos Estados ressaltando a alta de casos devido às novas subvariantes e pedindo que a população e profissionais de saúde fossem fosse alertados quanto à situação da Covid e sobre reforço das medidas de prevenção e controle.

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