Por Jennifer Rigby e Francesco Guarascio
LONDRES (Reuters) - Líderes do esquema global que visa levar vacinas contra Covid-19 aos mais pobres do mundo estão solicitando a fabricantes como Pfizer (NYSE:PFE) e Moderna (NASDAQ:MRNA) para interromper ou diminuir as entregas de cerca de meio bilhão de doses para que elas não sejam desperdiçadas.
O Covax, esquema liderado pela Organização Mundial da Saúde, quer entre 400 e 600 milhões de doses de vacinas a menos do que as inicialmente contratadas de seis empresas farmacêuticas, de acordo com documentos internos vistos pela Reuters.
Embora no início a iniciativa tenha lutado por doses, já que os países ricos abocanharam uma oferta limitada, as doações desses mesmos países no final de 2021, bem como a produção melhorada dos fabricantes --juntamente com os desafios de entrega e a hesitação em relação a vacinas em vários países-- levaram a um excesso de vacina em 2022.
"O Covax pediu aos fabricantes que reconheçam a situação de excesso de oferta global e apoiem os esforços coletivos para atender às necessidades dos países e evitar desperdícios desnecessários", disse um porta-voz da Gavi, aliança mundial de vacinas, que administra a iniciativa ao lado da OMS.
A Gavi quer que os fabricantes reduzam o tamanho dos pedidos iniciais ou pelo menos os "refaçam", o que significa que eles serão entregues em uma data posterior mais alinhada com quando os países precisarem deles.
As negociações futuras também podem incluir a obtenção de vacinas específicas para variantes atualmente sendo testadas por fabricantes, incluindo Moderna e Pfizer.
Embora a Gavi esteja próxima de um acordo com alguns fabricantes, as negociações contratuais com outras empresas não estão tão avançadas, segundo fontes próximas às negociações. Ainda não há acordos.