Por Alistair Smout
LONDRES (Reuters) - Os hospitais do Reino Unido estão perto de ficar sobrecarregados por uma nova onda de infecções de Covid-19, por isso restrições mais duras são necessárias, segundo o lobby dos serviços de saúde, mas o governo afirmou que não é hora de um novo lockdown.
O Reino Unido tem o oitavo maior número global de mortes de Covid-19, acumulando quase 139 mil fatalidades, mas também começou cedo seu programa de vacinação. O primeiro-ministro Boris Johnson suspendeu quase todas as restrições da Covid-19 na Inglaterra e descartou as medidas de distanciamento social.
Johnson insiste que o sucesso inicial do país com a vacinação significa que a Inglaterra atravessará um inverno complicado sem precisar de um novo lockdown, já tendo desativado a economia três vezes.
Mas a distribuição de vacinas estagnou, ficando atrás de vários outros países europeus, enquanto a campanha de reforço teve um início lento.
Médicos expressam receio de que um número crescente de visitas aos hospitais, combinado com as pressões de vírus sazonais sobre o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), possam tornar os hospitais incapazes de lidar com listas de espera longas e funcionar normalmente.
Matthew Taylor, executivo-chefe da Confederação NHS, pediu medidas que Johnson está deixando na reserva, como usar máscaras e trabalhar em casa.
"Converso com líderes do setor de saúde todos os dias, e literalmente não conversei com nenhum líder que não diga que seu serviço está sob pressão intensa agora. Estamos no meio de outubro. As coisas só piorarão", disse Taylor à rádio BBC.
(Reportagem adicional de Andy Bruce)