Por Yiming Woo e Lea Guedj
PARIS (Reuters) - Doze milhões de crianças voltaram à escola na França nesta quinta-feira, usando máscaras, álcool em gel e mantendo distância umas das outras nos pátios em meio a regras rígidas para conter a disseminação da Covid-19.
O presidente da França, Emmanuel Macron, que visitou uma escola na cidade portuária de Marselha, no sul do país, fez um apelo aos alunos para que respeitem as regras, dizendo em um vídeo publicado no Twitter que o governo está "fazendo o necessário para tornar a 'volta às aulas' o mais normal possível".
Mas isso ainda implica em mudanças significativas para pessoas como Matthieu Seguin, vice-diretor da escola de ensino médio Rodin, na região central de Paris.
"Isso é muito diferente do usual", disse ele, mencionando as medidas de segurança que também incluem purificadores de ar nas salas de aula e máscaras extra para qualquer aluno que tenha esquecido de trazer a sua.
Com a vacinação contra Covid-19 agora disponível para crianças com mais de 12 anos, e alunos incentivados a receberem a aplicação, Seguin disse que sua escola pode se tornar um centro de vacinação.
Macron disse no Twitter que três em cada cinco adolescentes já receberam a vacina, e a aluna da Rodin Louise, de 11 anos --que admitiu estar um pouco nervosa em seu primeiro dia em uma escola grande-- disse mal poder esperar para receber a sua vacina.
"Realmente quero ser vacinada", disse ela.
Para outros, o foco era diferente: "Estou realmente feliz, porque vou descobrir o ensino médio e estar de volta com meus amigos", disse Eli, de 11 anos.
Em Marselha, Macron conversou com crianças em uma sala de aula e, segundo relatos, um dos alunos perguntou a ele se os swabs usados nos testes de detecção de Covid chegam até o cérebro e um segundo indagou ao presidente quanto ele ganha.
A França, onde a taxa média diária de contágio por Covid tem desacelerado, luta contra uma quarta onda da pandemia, e o governo pretende aplicar uma terceira dose da vacina em cerca de 18 milhões e pessoas até o início de 2022, disse uma autoridade do Ministério da Saúde do país na terça-feira.
(Reportagem de Lea Guedj, Yiming Woo; reportagem adicional de Benoit Van Overstaeten, Ingrid Melander e Matthieu Protard)