Por Mohammed Benmansour
JAMARAT, Arábia Saudita (Reuters) - Restrições com o objetivo de limitar a disseminação da Covid-19 durante o Haj muçulmano na Arábia Saudita também reduziram o risco de esmagamento na multidão que manchou o apedrejamento simbólico do diabo da peregrinação nos últimos anos, afirmaram fiéis nesta terça-feira.
Antes da pandemia, o ritual anual costumava atrair mais de 2 milhões de muçulmanos do mundo inteiro, e as aglomerações muitas vezes geravam incidentes perigosos, mais recentemente, um tumulto em 2015 que matou centenas de pessoas.
Mas apenas um número limitado de peregrinos usando máscaras atiraram pedras contra uma parede, renunciando simbolicamente o diabo --a cerimônia historicamente mais arriscada do Haj-- durante o Festival do Sacrifício desta terça-feira.
Pelo segundo ano seguido, a Arábia Saudita proibiu a entrada de fiéis do exterior e permitiu que apenas 60.000 cidadãos e moradores participassem do Haj.
"Anteriormente, ficava superlotado, com pessoas se acotovelando e lutando na Ponte Jamarat e alguns ficavam feridos", disse Mohammed Salehi, um sírio que vive na Arábia Saudita, em referência ao local da cerimônia do apedrejamento.
"Agora o lugar está muito espaçoso."
Com o coronavírus como a principal preocupação, as autoridades restringiram o acesso a peregrinos entre 18 e 65 anos que já tenham sido completamente vacinados ou que se recuperaram do vírus e não sofrem de doenças crônicas.
(Reportagem da equipe multimídia da Reuters em Meca)