Por Ahmed Rasheed e Maher al-Saih
NASSIRIYA, Iraque (Reuters) - O número de mortos de um incêndio que se alastrou em um hospital de combate ao coronavírus do sul do Iraque subiu para 66, disseram dirigentes de saúde nesta terça-feira, e as autoridades enfrentaram acusações de negligência de familiares enlutados e de um médico que trabalha no local.
Mais de 100 outras pessoas ficaram feridas no incêndio da noite de segunda-feira em Nassiriya, que uma investigação mostrou ter começado quando fagulhas de uma fiação defeituosa atingiram um tanque de oxigênio que explodiu, disseram a polícia e autoridades da defesa civil – a segunda tragédia do tipo em três meses.
Ainda nesta terça-feira, equipes de resgate usavam um guindaste pesado para retirar os restos chamuscados e derretidos de parte do hospital Al-Hussain, onde pacientes de Covid-19 estavam sendo tratados, enquanto parentes se reuniam nas imediações.
Um médico do hospital, que não quis se identificar e cujo turno de segunda-feira terminou algumas horas antes do incêndio começar, disse que a inexistência de medidas de segurança básicas já prenunciava um acidente.
"O hospital não tem um sistema de sprinklers, nem mesmo um simples alarme de incêndio", disse ele à Reuters.
Em abril, uma explosão semelhante em um hospital de Covid-19 de Bagdá matou ao menos 82 pessoas e feriu 110. O chefe da semioficial Comissão de Direitos Humanos do Iraque disse que o acidente de segunda-feira mostrou como as medidas de segurança ainda são ineficazes em um sistema de saúde abalado pela guerra e por sanções.