😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

ONS avalia antecipar revisão de demanda por energia após coronavírus

Publicado 17.04.2020, 18:10
© Reuters. Torres e linhas de transmissão de energia em Brasília (DF)

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Projeções do governo do final de março que apontam redução de quase 1% na carga de energia do Brasil em 2020 como efeito do coronavírus estão defasadas e provavelmente passarão em breve por uma revisão extraordinária, disse à Reuters o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em entrevista nesta sexta-feira, o chefe do órgão que comanda o acionamento de usinas e linhas de energia para atender à demanda no Brasil, Luiz Eduardo Barata, contou também que o ONS tem adotado medidas de precaução que podem incluir até o confinamento de profissionais chave para a operação da rede elétrica caso a pandemia se agrave.

O próprio ONS, a estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgaram em 27 de março estimativa de recuo de 0,9% na carga de energia em 2020, ante projeção anterior de avanço de 4,2%.

Mas esses números, que são revistos a cada quatro meses e influenciam a operação do sistema e até os preços no chamado mercado livre de eletricidade, já demandam ajustes imediatos, disse Barata.

"Nossa sensibilidade é de que essa carga estará bem menor ainda em 2020 e temos que conversar com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para verificar se podemos fazer uma revisão extraordinária, levando em conta as novas previsões para o PIB", afirmou.

Em caso de aval do regulador para a revisão, ela teria impactos nos preços e no sistema elétrico já em junho, enquanto as estimativas anteriores passariam a ser consideradas em maio.

A projeção atual teve como base um PIB estável em 2020. Mas estimativas de mercado compiladas pelo boletim Focus do Banco Central já apontam para recuo de 1,96% na economia, enquanto o Banco Mundial projeta retração de 5% no Brasil neste ano.

O ONS tem registrado até o momento uma queda de cerca de 20% na demanda por eletricidade no país na comparação com a primeira metade de março, antes da adoção em diversos Estados de medidas mais severas de isolamento social para conter a propagação do coronavírus.

ATENÇÃO AOS OPERADORES

O ONS, que possui quase 800 funcionários e centros de operação em quatro Estados, está com cerca de 85% da força de trabalho em regime de home office, incluindo o próprio diretor-geral.

Mas Barata disse que um time de aproximadamente 140 profissionais responsáveis pelas salas de controle do sistema elétrico segue nos escritórios sob uma série de cuidados especiais.

Essas equipes receberam kits de proteção com máscaras, óculos e luvas e passarão por testes de coronavírus a cada período de entre 7 e 10 dias.

O ONS também aumentou os cuidados com a limpeza das salas onde eles trabalham e ampliou os turnos, mas novas medidas podem ser tomadas caso a epidemia se agrave no Brasil.

"No caso de realmente haver uma exacerbação da crise, manteremos nossos operadores em um ambiente separado... em países onde a crise se agravou, como a Itália, eles tiravam esses operadores e mantinham confinados em hotéis ou ambientes preparados, eles nem iam para casa. Nós felizmente ainda não chegamos a isso", disse Barata.

Ele explicou que o ONS preparou um plano de contingência em quatro fases, acionadas de acordo com a gravidade da pandemia.

"Nós estamos hoje na segunda etapa. (O confinamento de operadores) seria apenas na última etapa, a quarta".

© Reuters. Torres e linhas de transmissão de energia em Brasília (DF)

Em paralelo, o ONS também mantém uma equipe adicional de profissionais que poderiam assumir funções de operadores em caso de contaminação das equipes.

"É dificílimo (substituir esses profissionais) porque são pessoas muito específicas, que foram treinadas ao longo de muito tempo, daí nossa preocupação", acrescentou Barata.

Em Nova York, considerado hoje o epicentro da epidemia de coronavírus nos Estados Unidos, o órgão responsável pela operação do sistema elétrico já colocou alguns profissionais sob confinamento para não correr riscos na operação da rede.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.