Por Stanley White e Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu neste sábado um pacote de medidas sem precedentes para proteger a terceira maior economia do mundo da pandemia de coronavírus, dizendo que o país estava próximo de uma emergência nacional, com o número de infecções crescendo.
Abe afirmou que as medidas “imensas e poderosas” incluirão estímulos fiscais, iniciativas monetárias e alívio de impostos para empresas, embora os detalhes não tenham sido finalizados.
“Estamos em um momento crítico. Precisamos estar prontos para uma batalha em longo prazo”, disse Abe, em uma entrevista coletiva transmitida nacionalmente pela televisão, acrescentando: “Eu quero ser bem direto em relação a isso”.
As infecções no Japão subiram para mais de 1.500, com 52 mortes, excluindo o navio de cruzeiro que ficou em quarentena mês passado, segundo a emissora pública NHK.
Autoridades confirmaram mais 63 casos em Tóquio e, no sábado, anunciaram 57 novos casos de coronavírus em um centro para pessoas com deficiência em Chiba, perto da capital, disse a NHK.
Atingido pelo coronavírus na onda inicial que partiu da China, o Japão tem visto um crescimento mais gradual do que os surtos recentes em boa parte da Europa e dos Estados Unidos que levou bilhões de pessoas ao redor do mundo a se fecharem em casa.
Abe resistiu a declarar estado de emergência, embora tenha anunciado planos para aprovar a droga Avigan que se provou útil no tratamento.
“A pandemia está infringindo grandes danos à economia do Japão”, disse. “Vamos colocar em ação um imenso e poderoso pacote que incluirá uma gama completa de medidas fiscais e monetárias.”
O tamanho do pacote excederá o que foi composto para a crise financeira global de 2008, no valor total de 57 trilhões de ienes (528 bilhões de dólares), disse Abe.
O governo apresentará um orçamento suplementar em dez dias e tentará passá-lo pelo parlamento o mais rápido possível, disse.
Parte das medidas incluirá ações para que “empresas pequenas e médias possam pedir empréstimos sem juros de instituições financeiras privadas”, disse.
“Também criaremos um novo esquema para oferecer pagamentos em dinheiro”, acrescentou, dizendo que isso seria direcionado a casas e empresas que mais precisem.