Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A cidade do Rio de Janeiro adotará medidas restritivas e toque recolher noturno na tentativa de frear a disseminação da Covid-19 informou a prefeitura da capital fluminense nesta quinta-feira.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do município e entram em vigor na sexta-feira. Ela terão validade até 11 de março. A permanência de pessoas na rua será proibida na cidade das 23h às 5h, mas os deslocamentos serão permitidos, de acordo com a publicação no DO.
"O horário de funcionamento de bares, lanchonetes, restaurantes e congêneres, para o atendimento presencial de qualquer natureza, fica restrito ao período entre 6h e 17h, com a circulação de público limitada a 40% da capacidade instalada, incluindo-se aqueles que funcionam no interior de shoppings e centros comerciais", afirma o decreto publicado no Diário Oficial.
A intenção da prefeitura é reduzir as aglomerações em bares, limitando o funcionamento desses estabelecimentos, ao mesmo tempo que proíbe que pessoas permaneçam nas ruas aglomerando e consumindo bebidas alcoólicas.
A prefeitura decidiu limitar também atividades comerciais nas praias e o funcionamento de feiras livres. As medidas prevêem ainda que eventos, apresentações, boates e casas de festas não podem funcionar nesse período de restrição mais dura.
A decisão foi tomada, de acordo com a prefeitura, para conter o avanço da Covid-19 e devido à circulação de novas variantes do coronavírus na cidade e no Estado.
Em entrevista coletiva, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), disse que as restrições são uma medida preventiva para evitar uma repetição do quadro da pandemia vivido pela capital fluminense no ano passado. Ele disse que o aumento na procura por atendimento na rede de saúde também influenciou na decisão.
"Queremos nos antecipar para evitar que a história de 2020 se repita. Fomos a capital que maia matou ou que mais gente morreu em 2020. Tudo que estamos fazendo é para evitar lockdown, disse Paes.
"Não quero esperar as pessoas morrerem para tomar atitudes... uma semana pode ser decisiva."
A prefeitura argumentou ainda que a decisão foi motivada por alerta feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) devido ao aumento de casos de síndromes gripais na rede de saúde, à piora da pandemia em Estados vizinhos como São Paulo e Minas Gerais e ao comportamento de parte da população que segue fazendo aglomerações.
Uma reunião com a área de segurança do governo estadual do Rio está marcada para esta quinta para detalhar como será a fiscalização.
A cidade do Rio já registrou mais de 208 mil casos confirmados de Covid-19 e quase 19 mil mortes provocadas pela doença.