Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A prefeitura do Rio prorrogou até quinta-feira da semana que vem as medidas restritivas mais duras contra a Covid-19, começando uma flexibilização a partir de 9 de abril.
Um decreto com a prorrogação das medidas de segunda para quinta-feira foi publicado no diário oficial desta sexta-feira e detalhado pelo prefeito Eduardo Paes.
Apenas as escolas públicas estão autorizadas a retomar as aulas presenciais no começo da próxima semana. As restrições previstas no decreto do superferiado valem até domingo e serão estendidas por mais quatro dias.
"É preciso segurar a onda mais um pouco", disse a jornalistas o prefeito. "Evitem circular para segurarmos ao máximo a taxa de transmissão da Covid", acrescentou.
Nas últimas horas, a cidade e o Estado do Rio bateram recordes no total de óbitos. As UTIs seguem lotadas e perto do limite, enquanto a fila de espera por internação já tem cerca de mil pessoas.
Até a próxima quinta-feira, apenas as atividades essenciais estão autorizadas. Essa restrição mais dura começou na sexta-feira, quando entrou um vigor um super-recesso de dez dias no Estado para conter a disseminação da pandemia de Covid-19.
A partir de sexta-feira, comércio e atividades não essenciais estão autorizados a voltar a operar, em horário escalonado e reduzido. Jogos de futebol nos estádios da capital também poderão acontecer a partir do dia 9, mas ainda sem presença de público.
As praias seguem "fechadas" para banho de sol e de mar até o dia 19 de abril, e são permitidas apenas atividades físicas individuais no local.
A prefeitura detectou uma estabilidade com tendência de redução nos atendimentos na rede básica de saúde de casos suspeitos de Covid-19. "Houve estabilidade no atendimento na rede básica e (há) otimismo de que caia... os óbitos de hoje refletem o que aconteceu há 20 dias", afirmou Paes.
"Voltamos a partir de sexta às medidas de antes do recesso, mas com algumas restrições", adicionou.
O prefeito anunciou ainda que está finalizando um acordo para a compra de 8 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, que ainda não tem autorização de uso pela Anvisa no Brasil. A expectativa é que a maior parte das doses só chegue ao município no segundo semestre.
Outras cidades do Estado como Niterói e Maricá já fizeram acordos para a compra do imunizante russo. "Trabalhamos para que todos no Rio sejam vacinados até o fim do ano", disse Paes.
A cidade do Rio tem cerca de 6,5 milhões de habitantes, dos quais até agora aproximadamente 12% foram imunizados.