Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo disse nesta terça-feira à CPI da Covid no Senado que telefonou no dia 7 de janeiro ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para avisar da crise de falta de oxigênio em Manaus, o que contradiz as informações dadas por Pazuello aos senadores.
"No dia 7 (de janeiro) foi a ligação para pedir apoio logístico para Belém e de Belém para Manaus. No dia 10 informei ao ministro a preocupação com as entregas da White Martins e a partir do dia 11 os representantes do Ministério da Saúde começaram a tratar diretamente com a empresa essa logística", disse Campêlo ao ser questionado pelo relator da CPI.
Em seu depoimento à CPI, Pazuello alegou que ficou sabendo da crise apenas no dia 10 de janeiro, apesar de documentos do Ministério da Saúde enviados à comissão mostrarem que o aviso foi feito de fato no dia 7. O ex-ministro alegou que o telefonema do dia 7 foi apenas para pedido de apoio logístico, mas não deu a dimensão da crise.
Ao ser perguntado se então Pazuello tinha mentido, Campêlo respondeu: "O fato é que eu liguei para ele no dia 7."
No início do ano, Manaus passou por dias de caos ao enfrentar a segunda onda de Covid-19, com o surgimento da variante P.1 no Estado, que lotou hospitais e levou ao esgotamento do fornecimento de oxigênio para unidades de terapia intensiva e semi-intensiva.
O auge da crise aconteceu entre os dias 14 e 15 de janeiro, mas no início do mês o Estado já registrava os sinais de que o oxigênio iria acabar.