A listagem de ações da Coinbase (NASDAQ:COIN) ainda repercute no mercado. Mesmo com o desempenho negativo da ação, o otimismo gerado pelo pioneirismo da empresa segue forte.
A presença de uma empresa de criptomoedas na bolsa pode gerar um grande efeito dominó. Muitos analistas já especulam qual será a primeira empresa cripto a entrar no S&P 500, principal índice de ações dos Estados Unidos.
Contudo, não se sabe se todas essas especulações fazem sentido. Ou seja, não se sabe até onde o interesse de empresas relacionadas a criptomoedas em abrir capital é real.
Visando entender melhor, o CriptoFácil falou com Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, para entender o que muda.
CEO de exchange brasileira destaca efeito Coinbase
O chamado “Efeito Coinbase” costuma ocorrer quando a exchange anuncia a listagem de alguma criptomoeda. Imediatamente, esta criptomoeda tende a passar por uma forte valorização no mercado.
Agora, uma nova espécie desse efeito poderia ocorrer, mas envolvendo a listagem de ações. Para Bernardo Teixeira, a listagem da Coinbase deve inspirar outras empresas.
“Sem dúvida, estamos vendo um movimento de várias empresas para tentar fazer algo similar como foi feito pela Coinbase. Além disso, estamos vendo cada vez mais fundos de Private Equity procurando para investir em empresas de criptomoedas”, afirmou.
A própria Coinbase passou por diversas rodadas de investimento via private equity – termo usado para ofertas privadas de capital – antes de abrir capital. Outras exchanges, como a Kraken, ainda recebem investimentos dessa maneira.
O IPO, aliás, é uma forma desses investidores venderem suas ações no mercado. Afinal, a listagem na bolsa fornece muito mais liquidez para a empresa do que os grandes fundos.
Outra possibilidade que a listagem direta abre é a diversificação de investimentos. Muitos investidores possuem receio de adquirir criptomoedas diretamente, e a exposição via empresas seria uma alternativa.
“De certa forma, a IPO da Coinbase mostra para investidores do mercado tradicional que existem oportunidades de investimento no mercado de criptomoedas além do investimento direto, na compra de Bitcoin ou outras”, destacou Teixeira.
Mercado brasileiro começa a se desenvolver
No Brasil, o investimento em empresas de criptomoedas ainda dá seus primeiros passos. Recentemente, a Bitcointoyou abriu uma rodada de investimentos, inclusive para pequenos investidores.
Em termos de IPO, o caso mais avançado é o da exchange Mercado Bitcoin, uma das maiores do país em termos de volume. A exchange já teria contratado os bancos e até estipulado a meta de valuation para a oferta.
Valuation é o valor no qual a empresa é avaliada. Muitas vezes esse valor costuma ser considerado caro pelo mercado, como no caso da própria Coinbase. Mas Teixeira acredita que isso será a tendência.
“Como o número de empresas que estão criando a infraestrutura do mercado de cripto é bem limitado, e o capital que pode ser alocado nessas empresas está cada vez maior. Acredito ser esperado continuar vendo valuations cada vez maiores”, disse.