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Queda no investimento derruba PIB japonês no 3º trimestre

Publicado 09.12.2009, 08:33
Atualizado 09.12.2009, 09:42

Jairo Mejía.

Tóquio, 9 dez (EFE).- O Japão cresceu no terceiro trimestre muito abaixo do anunciado previamente, apenas 1,3% a ritmo anual, em vez de 4,8%, por causa de uma forte queda do investimento pelas empresas, anunciou hoje o Governo.

Um porta-voz do escritório do Gabinete, encarregado de publicar os dados do Produto Interno Bruto (PIB), disse à Agência Efe que essa forte variação foi porque os investimentos de capital contraíram 2,8% frente ao trimestre anterior, em vez de crescer 1,6%, como indicava o relatório preliminar.

Segundo fontes do Gabinete, a revisão do PIB japonês é feita incorporando novos dados disponíveis sobre seus principais elementos, como consumo privado, investimentos e balança comercial, enquanto o primeiro dado preliminar é baseado em estimativas.

Esta moderação no caminho da recuperação iniciado pelo Japão no segundo trimestre do ano mostra que as grandes empresas manufatureiras investiram muito menos do que se acreditava em fábricas ou bens de capital, e evidencia uma freada forte na locomotiva de produção japonesa.

Os dados revisados hoje pelo Governo, a respeito do anunciado previamente em novembro, reduzem o crescimento do Japão no segundo trimestre consecutivo em que tinha conseguido gerar riqueza, e aumenta o temor de que o país volte à recessão, por causa da força do iene e da deflação.

Estes dois problemas são os que fazem com que as empresas tenham receio em investir, já que uma moeda forte prejudica suas exportações e a repatriação do lucro, enquanto a queda dos preços reduz a receita e impede iniciar planos de crescimento.

A Toyota, um dos grandes fabricantes japoneses, reduzirá seus investimentos no final do ano fiscal, em março, em 70 bilhões de ienes (580 milhões de euros), enquanto a Sony continuará reduzindo custos e pessoal para sair das perdas.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o crescimento do PIB japonês no período de julho a setembro foi de 0,3%, frente ao 1,2% de aumento anunciado em meados de novembro.

Os analistas da agência local "Kyodo" já esperavam uma revisão para baixo do dado de crescimento da segunda economia mundial, depois que os números provisórios para o terceiro trimestre superaram as previsões.

Os dados provisórios tinham sido recebidos positivamente pelo novo Governo do Partido Democrático (PD), que fez história ao vencer as eleições de 30 de agosto com novos planos para sair da crise, mas, no último mês, a sombra da recessão diminuiu a popularidade do novo Executivo.

Para sustentar o frágil crescimento, o Governo do primeiro-ministro Yukio Hatoyama apresentou ontem seu primeiro plano de estímulo, de 7,2 trilhões de ienes (55,385 bilhões de euros), para incentivar o consumo de automóveis, eletrodomésticos e eletrônicos, e, assim, melhorar os resultados das multinacionais japonesas.

Muitos especialistas não acham que este plano, o quarto que amplia o orçamento do Estado desde o início da crise, terá efeitos positivos a longo prazo em uma economia com graves problemas em suas contas.

O próprio ministro das Finanças japonês, Hirohisa Fujii, reconheceu que a situação orçamentária do Japão é "extremamente grave", já que sua dívida pública continua aumentando para poder financiar os planos contra a crise, e já quase duplica o volume do PIB.

Até o momento, a despesa dos consumidores japoneses, responsável por 60% do PIB, cresce moderadamente, graças aos programas de subsídios à compra, o que mantém vivo o crescimento da economia japonesa.

No terceiro trimestre do ano, o consumo aumentou 0,9%, segundo o dado revisado hoje ligeiramente para cima, mas os economistas duvidam que essa tendência consiga se manter sem injeções de dinheiro público. EFE

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