SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) inicia nesta quarta-feira a retomada das atividades em sua maior refinaria, a Replan, em Paulínia (SP), que chegou a ser interditada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) após uma explosão na semana passada, informou a companhia em comunicado.
A petroleira adicionou que, com isso, espera que 50 por cento da capacidade de produção da refinaria, de mais de 400 mil barris por dia, esteja normalizada em um período de até uma semana.
O anúncio da Petrobras vem na sequência da desinterdição da Replan, divulgado pouco antes pela ANP depois de uma verificação das condições de segurança da unidade.
A interdição havia sido anunciada pelo órgão regulador na sexta-feira passada.
"As unidades não afetadas iniciam a retomada das atividades no dia de hoje. No cronograma está prevista a normalização da destilação em dois dias, das unidades de craqueamento catalítico e hidrotratamento em três dias e das demais unidades não afetadas em até uma semana", detalhou a Petrobras.
A ANP disse que a interdição da Replan na semana passada teve como objetivo garantir a segurança das instalações e evitar novos acidentes devido a uma sinalização de que a Petrobras poderia retomar parcialmente a operação.
A agência afirmou ainda que está em andamento um processo administrativo de investigação do incidente ocorrido na refinaria.
INCÊNDIO E IMPACTOS
A Replan, em Paulínia (SP), teve parte de suas instalações tomada por um incêndio de grandes proporções na madrugada da segunda-feira passada, em um incidente que não deixou vítimas, mas paralisou imediatamente as atividades da unidade.
Com capacidade para processar 69 mil metros cúbicos por dia, o equivalente a 434 mil barris, a Replan responde por aproximadamente 20 por cento de todo o refino de petróleo no Brasil.
A Petrobras chegou a sinalizar após o incidente que não tinha preocupações imediatas com estoques e que as operações poderiam ser retomadas parcialmente ainda na mesma semana.
Mas, após a interdição da refinaria pela ANP, o gerente-executivo de logística da estatal, Claudio Mastella, disse que a empresa deve importar seis cargas no curto prazo, sendo uma de querosene de aviação e cinco de diesel. Cada carga de diesel é de cerca de 300 mil barris.
Analistas do UBS escreveram em relatório na terça-feira que essas operações de importação podem gerar alguma perda à estatal, em meio a um cenário de preços maiores no mercado internacional devido à alta do dólar nos últimos dias e ao congelamento do diesel no mercado interno.
(Por Luciano Costa)