Por Mark Hosenball e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Justiça dos EUA disse nesta quinta-feira agiram contra os esforços da ala militar do Hamas, da Al Qaeda e do Estado Islâmico para arrecadar fundos via criptomoeda por meio de esquemas que incluíam a venda de falsos equipamentos de segurança de Covid-19 a hospitais do país.
Autoridades disseram a repórteres que apreenderam cerca de 2 milhões de dólares durante o maior movimento dos Estados Unidos contra o uso de criptomoedas por grupos militantes. As autoridades também tomaram o controle de mais de 300 carteiras de criptomoedas, quatro sites e quatro páginas do Facebook, disseram as autoridades.
"Essas ações representam a maior apreensão de criptomoeda do governo no contexto do terrorismo", disse o departamento em comunicado.
John Demers, chefe da divisão de segurança nacional do Departamento de Justiça, disse que os investigadores apreenderam cerca de 2 milhões de dólares durante a operação. Durante os estágios finais da investigação, disseram as autoridades, agentes dos EUA operaram um site secreto que espelhava um site do Hamas por 30 dias.
Os investigadores disseram que o esquema do Estado Islâmico usou um site chamado FaceMaskCenter.com para vender equipamento de proteção individual aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para hospitais, asilos e equipes de emergência dos EUA. O grupo promovia seus supostos produtos por meio de contas do Facebook
O site coletava pagamentos via PayPal e cartões de crédito dos EUA, mas nunca entregou nenhum equipamento, disseram os investigadores.
Informaram, ainda, que a Al Qaeda pediu doações para seu esquema por meio do aplicativo Telegram.
A ala militar do Hamas, conhecida como Brigadas de al-Qassam, publicou em 2019 um pedido de doações de bitcoins em redes sociais e, posteriormente, em seus sites oficiais. As autoridades dos EUA conseguiram confiscar todas as 150 carteiras de criptomoeda usadas para lavagem de fundos, disseram os investigadores.
"Nada foi escondido", disse uma autoridade dos EUA, que falou sob condição de anonimato para discutir detalhes operacionais. "Eles pensaram que estavam protegidos" pela criptografia nos aplicativos que usaram.