A empresa de empréstimos de criptomoedas Babel Finance teria perdido US$ 280 milhões em negociações proprietárias com fundos de clientes. O valor, com base na cotação atual do dólar, corresponde a cerca de R$ 1,5 bilhão
De acordo com o The Block, a empresa divulgou uma proposta de reestruturação na qual cita estas perdas. O documento aponta que a Babel perdeu cerca de 8 mil Bitcoins (BTC) e 56 mil Ether (ETH) em junho. As perdas ocorreram por causa da queda no preço das criptomoedas, que levou a Babel a sofrer liquidações forçadas.
Ou seja, a empresa possuía aplicações que foram afetadas pela queda dos preços. Sem ter uma proteção contra as desvalorizações, a Babel perdeu todos os fundos nas operações. O relatório descreveu o período como uma “semana de negociação volátil”.
Quedas em série no mercado
A Babel Finance foi uma das várias empresas de criptomoedas atingidas pela desvalorização do mercado em junho. O mercado de baixa afetou especialmente empresas que trabalhavam com empréstimos e ofereciam juros para quem depositasse suas criptomoedas.
Nesse sentido, a Babel Finance também paralisou os saques de criptomoedas dos seus clientes. A medida, tomada em 17 de junho, ocorreu por causa de “pressões incomuns de liquidez” no mercado.
O bloqueio da Babel ocorreu quase simultaneamente ao colapso das empresas Celsius e da Voyager Digital, que também bloquearam saques. Ambas tinham em comum as relações com o fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC), que deu uma série de calotes nos seus empréstimos.
Recentemente, o CriptoFácil relatou que tanto o 3AC quando a Celsius entraram com pedido de falência e reestruturação. A Babel Finance fez o mesmo, tendo contratado o especialista em reestruturação Houlihan Lokey para conduzir o processo.
Conversão de dívidas em ações
De acordo com o plano divulgado pela Babel, a reestruturação contém dois eixos principals. Em primeiro lugar, a empresa pretende solucionar o problema de sua dívida, que aumentou após a divulgação das perdas.
Nesse sentido, a empresa deve centenas de milhões de dólares aos seus credores, mas não tem recursos suficientes para pagar. Ao invés de dinheiro, a Babel pretende oferecer ações da empresa em troca da dívida, num processo conhecido como “bail out”.
Ao mesmo tempo, a empresa deve buscar obter uma linha de crédito rotativo para arrecadar fundos, com o objetivo de capitalizar suas atividades. A Babel também disse que chegou a acordos preliminares de dívida com as contrapartes em junho.
Até o fechamento desta matéria, a Babel não comentou a respeito das perdas de fundos descritas no relatório.