O Banco Central do Brasil (BC) anunciou que incluiu Bitcoin e criptomoedas em seu balanço com estatísticas do setor externo.
Essa não é a primeira vez que a autoridade monetária considera os criptoativos em suas estatísticas referentes ao comércio exterior e, consequentemente, à balança comercial. No entanto, é a primeira vez que o BC inclui dados de criptomoedas além do Bitcoin.
De acordo com a entidade, a inclusão das criptomoeda atende uma recomendação metodológica do Fundo Monetário Internacional.
Assim, a partir de agora, a transferência de propriedade de criptoativos entre residentes e não residentes é registrada na conta de bens do balanço de pagamentos.
“Não há registros aduaneiros para criptomoedas não incluídas na estatística de comércio exterior de mercadorias. Para inclusão na balança, as transações com criptoativos são estimadas com base em contratos de câmbio”, disse o BC.
Criptoativos
Ainda segundo o BC, de janeiro a julho, os brasileiros teriam importado cerca de US$ 3,7 bilhões em criptomoedas. Destaca-se que importação inclui compra em exchanges internacionais, em plataformas P2P e mineração.
Os dados também mostram que os brasileiros teriam exportado algo em torno de US$ 4 milhões em criptomoedas.
A primeira vez que o BC passou a considerar criptomoedas em seu balanço de pagamentos foi em 2019. Na ocasião, a autoridade divulgou uma revisão para o Balanço de Pagamentos do Brasil.
“As estatísticas do Balanço de Pagamentos, que reúnem todas as transações econômicas e financeiras entre residentes no Brasil e no exterior (não residentes), foram revisadas pelo Banco Central no intuito de disponibilizar informações mais completas, mais sólidas metodologicamente e mais consistentes, conferindo integral convergência ao padrão estatístico internacional”, destacou o BC na época.
Por fim, o BC explicou que não é possível mensurar o valor das transações com criptomoedas em separado.
“O Banco Central acredita que, com essas revisões, é capaz de entregar à sociedade estatísticas mais completas, mais sólidas metodologicamente e mais consistentes”, afirmou Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas.