CriptoFácil - O Silvergate Bank, banco pró-criptomoedas de Mike Novogratz, recebeu um processo de ação coletiva na quarta-feira (14), de acordo com o documento oficial. A ação enviada ao Tribunal para o Distrito Sul da Califórnia nos Estados Unidos também acusa Alan Lane, CEO do Silvergat.
O autor da ação, Joewy Gonzalez, afirma que os réus ajudaram e incentivaram diretamente as atividades fraudulentas da FTX. Mas Gonzalez representa um grupo de investimentos que, conforme explica a ação, perderam suas economias na queda da FTX.
Conforme noticiou o CriptoFácil no final de novembro, o Silverbank foi um dos bancos que teria intermediado operações entre a Alameda Research e a FTX. Mas a ação aponta que o banco tomou essa atitude sem o conhecimento dos clientes, que arcaram com os prejuízos.
Risco de custódia
O processo afirma que Gonzalez e “todos os outros em situação semelhante” confiaram a custódia de seus investimentos. Essa confiança ocorreu com base na promessa da exchange de que eles poderiam armazenar as criptomoedas com segurança e resgatá-las de imediato.
No entanto, com o colapso da FTX no mês passado, o demandante e outros investidores da FTX não conseguem recuperar seus investimentos. De fato, a plataforma bloqueou os saques dos clientes quando a crise apertou, quebrando a suposta promessa aos clientes.
O Silvergate, um banco de capital aberto e regulamentado pelo governo federal, mantinha contas tanto da FTX quanto da Alameda Research. No processo, os autores acusam o banco de ter “participação em primeira mão na mistura de fundos, transferências impróprias e empréstimos com dinheiro dos clientes”.
Relações escusas
O processo também alega que os réus fizeram declarações enganosas a respeito da FTX. Nesse sentido, o Silvergate teria omitido a falta de controles de detecção a crimes de lavagem de lavagem de dinheiro, entre outros.
“A FTX/Alameda era um dos clientes mais importantes da Silvergate, e suas operações comerciais e interesses estavam fortemente interligados. O Silvergate lucrou com depósitos de clientes de ativos digitais, que cresceram exponencialmente à medida que o próprio negócio da FTX se expandia”, diz o documento.
Dessa forma, o processo acusa o Silvergate de omissão aos clientes sobre os riscos que a FTX apresentava. “As ações e a inação do Silvergate eram parte integrante da empresa de Bankman-Fried”,, dizem os requerentes.
A notícia de uma ação coletiva contra a Silvergate ocorre na sequência da decisão do Morgan Stanley (NYSE:MS) na semana passada de rebaixar as ações da empresa de “neutro” para “venda”. Desde o início de 2022, as ações do banco tiveram uma queda superior a 85%.
Ações do Silvergate sofrem correção pesada. Fonte: TradingView.
Por fim, um grupo de senadores, incluindo a senadora Elizabeth Warren, enviou uma carta ao CEO da Silvergate, Alan Lane. No documento, os senadores pedem a divulgação de informações sobre o relacionamento do Silvergate e as empresas de Sam Bankman-Fried.
“O envolvimento de seu banco na transferência de fundos de clientes FTX para a Alameda revela o que parece ser uma falha flagrante da responsabilidade de seu banco de monitorar e relatar atividades financeiras suspeitas realizadas por seus clientes”, disse a carta.