O Bitcoin (BTC) foi citado durante a sessão da CPI da Covid-19 nesta quinta-feira (16). Foram duas menções breves vindas de Cristiano Carvalho, procurador da empresa Davati Medical Supply no Brasil.
No depoimento, Carvalho afirmou que a negociação envolvia Luiz Paulo Dominghetti, representante comercial da empresa, e o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa. Ambos teriam utilizado US$ 1 milhão para comprar BTC e, em seguida, adquirir as vacinas superfaturadas.
Negociações e propina
A empresa é acusada de intermediar a compra de doses de vacina contra a Covid-19. Segundo Luiz Paulo Dominghetti, representante comercial da empresa, o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina em troca da assinatura de um contrato para compra de vacinas.
Inicialmente, Carvalho respondia às perguntas proferidas pela senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA). A senadora então questionou um trecho onde Dominghetti teria pedido ao coronel Blanco uma conta, na qual seria depositado o dinheiro.
Dominghetti era representante comercial da Davati e, portanto, colega de trabalho de Carvalho. Na sua resposta, o procurador da Davati afirmou que o dinheiro seria utilizado para a compra de BTC.
“Aparentemente, eles estavam fazendo uma negociação de Bitcoins. Queriam movimentar um dinheiro – acredito que do (coronel) Blanco – para comprar Bitcoins e depois comprar vacinas. Aparentemente, foi isso”, destacou Carvalho.
Testemunha nega ter negociado com BTC
O depoimento de Carvalho corrobora informações divulgadas anteriormente pelo CriptoFácil, inclusive os valores que seriam pagos a título de propina. No entanto, apesar de confirmar a negociação, Carvalho negou ter participado do suposto acordo.
Em seguida, a senadora Eliziane Gama fez novamente uma referência ao BTC e perguntou se a criptomoeda teria alguma relação. Adicionalmente, a senadora ressaltou que a criptomoeda é, nas palavras dela, “usada muito na lavagem de dinheiro”.
“Excelência, essa é uma boa pergunta ser feita ao tenente-coronel Blanco. Eu desconheço essa negociação, nunca fiz esse tipo de tratativa, e se ele (Blanco) ofereceu isso para lavar dinheiro, tem que ser punido”, afirmou Carvalho.
A citação na CPI fez o BTC ocupar os trending topics no Brasil, juntamente com a própria audiência da Comissão. Contudo, a citação negativa não repercutiu bem na comunidade, que destacou a desinformação nos argumentos de senadores.
“Olha o dano de imagem ao Bitcoin que a gente tem que lidar. Haja trabalho”, afirmou Edilson Osório, CEO da OriginalMy, ao compartilhar o trecho da falha de Carvalho.