O Bitcoin (BTC) registrou valorização de 16,8% em julho, conforme dados da plataforma Coinglass, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de desvalorizações. Como resultado, o mês de julho registrou o melhor desempenho da criptomoeda em 2022.
Apesar do novo aumento de juros nos Estados Unidos, que atingiu a maior taxa básica desde 2018, o BTC reagiu bem durante o mês. Nas últimas duas semanas, a criptomoeda ficou acima dos US$ 23 mil, ou R$ 120 mil na cotação atual, registrando valorizações na maior parte do mês.
Do inferno ao céu
Curiosamente, o melhor desempenho do BTC veio em seguida ao pior mês da história. Em junho, o preço do BTC caiu mais de 37%, superando os 34% registrados em dezembro de 2013, que era o recorde negativo anterior.
Desde o início do ano, as condições macroeconômicas do mercado levaram a criptomoeda a registrar fortes perdas. Entre abril e junho, o preço do BTC perdeu pouco mais de 70 de seu valor, registrando seu pior trimestre da história em termos de rendimento. Foi a quinta vez na história que a criptomoeda registrou três meses consecutivos de desvalorização.
O motivo dessa desvalorização é a percepção, no ponto de vista do mercado, de que o BTC está no grupo de ativos mais arriscados, como ações. Com o aumento da taxa de juros, os ativos de risco entraram em desvalorização à medida que os investidores migravam seus recursos para ativos mais seguros.
Apenas em junho, o BTC caiu de US$ 30 mil para cerca de US$ 17.500, a primeira vez na história que a criptomoeda caiu abaixo da máxima histórica do halving anterior.
Assim, todos os olhos estavam voltados para julho, na esperança de reverter a tendência. E quem esperava valorizações não se decepcionou.
Saída recorde de BTC das exchanges
Parte da valorização do BTC é justificada pela queda da oferta circulante, ou seja, há menos BTC nas exchanges. De acordo com a Glassnode, o saldo do BTC chegou a 2,4 milhões de BTC, o menor valor desde janeiro de 2020.
Este total representa cerca de 12,6% da oferta circulante. A título de comparação, 17% dos BTC em circulação estavam nas exchanges em janeiro de 2020.
Nesse sentido, a Glassnode aponta que os saldos das exchanges de Bitcoin testemunharam uma saída de mais de 4,6% da oferta circulante.
Este é um sinal saudável do desempenho de longo prazo do BTC e ressalta uma forte demanda em níveis de preços mais baixos. Isso significa que, no momento atual, o mercado tende a entrar numa zona de acumulação visando o longo prazo, provavelmente visando o próximo ciclo de halving.