ROMA (Reuters) - O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e outros líderes de sua aliança de centro-direita fizeram sua primeira e única aparição juntos nesta quinta-feira, na tentativa de projetar uma imagem de união antes da eleição de 4 de março.
Opositores dizem que o fato de não terem compartilhado um palco antes na campanha, que começou em janeiro, mostra que estão profundamente divididos, mas Berlusconi afirmou que eles mantêm contato frequente nos bastidores e que estão prontos para governar.
"A esta altura podemos dizer a vocês que estamos relativamente satisfeitos com o andamento da campanha", disse Berlusconi, sentado entre Matteo Salvini, líder da Liga Norte de extrema-direita, e Giorgia Meloni, chefe dos nacionalistas Irmãos da Itália.
Antes da entrada em vigor de uma proibição de pesquisas de voto uma quinzena atrás, pesquisas indicavam que a aliança de centro-direita conquistará cerca de 36 por cento dos votos, cifra que lhe daria mais assentos do que qualquer outro bloco, mas não uma maioria absoluta.
A Itália tem uma longa tradição de encontrar maneiras de sair de impasses políticos aparentemente insolúveis, e comentaristas vêm especulando que, no caso de um Parlamento sem maioria, Berlusconi buscará uma coalizão ampla com a centro-esquerda.
Mas o empresário bilionário, que não pode ser premiê em um governo futuro devido a uma condenação de 2013 por evasão fiscal, descartou esta ideia enfaticamente nesta quinta-feira.
"Fizemos, cada um de nós, uma promessa absoluta de rejeitar coalizões... com outros partidos, mesmo que não consigamos uma maioria por nossa conta", disse o político de 81 anos em referência a seus aliados discrepantes.
(Reportagem adicional de Steve Scherer)