A Roflex, bolsa de futuros e opções da Argentina, planeja entrar no mercado de criptomoedas.
De acordo com o La Capital, a bolsa pretende criar um índice de preços para o Bitcoin (BTC).
O movimento é o primeiro passo que, posteriormente, pode levar o país vizinho a ter um ETF da criptomoeda.
Segundo Ismael Caram, presidente da Roflex, estudos a respeito da elaboração do índice foram produzidos desde agosto de 2020. O índice reunirá o preço do BTC em pesos argentinos com base na média de preço negociada entre dez a 12 das principais exchanges do país.
Algumas das plataformas são Ripio, Satoshitango e The Crypto, sediadas na capital Buenos Aires. Por outro lado, o índice também contará com plataformas como Let’sBit, ArgenBTC e FIWIND, sediadas em Rosário, segunda maior cidade do país.
O índice já foi proposto pela bolsa à Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNVM), mas a Roflex não deve parar por aí. A bolsa também fará investimentos diretos em criptoativos e startups relacionados a esta nova indústria; inicialmente, o valor será de até 5% da sua carteira líquida.
Porta de entrada para ETF portenho?
De fato, o índice servirá como base para a negociação de contratos futuros no país, que, conforme afirmou o presidente da Roflex, está de olho na tendência global de ETFs.
“Temos visto muitos movimentos de bolsas reguladas em todo o mundo que estão indo nessa direção (futuros e ETF). Isso nos encorajou a tomar a mesma atitude aqui na Argentina”, afirma Caram.
O índice de futuros terá duas camadas. A primeira delas é através do site, onde qualquer pessoa poderá conferir os preços, ao passo que a segunda camada virá em forma de uma API. Nesta, desenvolvedores poderão conectar suas próprias plataformas e acompanhar os preços dos futuros.
A atualização do índice será realizada a cada minuto e funcionará 24 horas, ou seja, não terá data nem hora de fechamento dos contratos.
Conforme noticiou o CriptoFácil, os Estados Unidos aprovaram três ETFs de BTC nos últimos dez dias. O primeiro deles, criado pela ProShares, quebrou um recorde ao negociar quase US$ 1 bilhão em apenas dois dias.
Maior acesso para investidores
De acordo com Caram, os futuros buscam atender a demanda de investidores de varejo, sobretudo dos fundos de investimento. Devido a questões de estatuto, esses fundos não podem adquirir a criptomoeda diretamente e, portanto, necessitam de meios indiretos para investir.
“São especialmente empresas ou fundos de investimento que querem ter exposição ao risco ou ao preço do Bitcoin. Como eles não podem comprar diretamente, poderão fazê-lo por meio de futuros”, disse o executivo.
O lançamento dos futuros de BTC na Argentina encontrarão uma forte demanda. Frequentemente, a Argentina, juntamente com o Brasil, lideram o volume de negociação de BTC na América Latina. Um relatório de agosto destacou que o país vizinho lidera o uso de finanças descentralizadas (DeFi) na região.