Dois brasileiros – um homem e uma mulher – suspeitos de integrar uma quadrilha internacional de falsificação de documentos foram presos em Portugal.
Segundo as autoridades, eles vendiam as falsificações na dark web e cobravam em Bitcoin para dificultar o rastreio das transações.
Eles foram detidos no dia 28 de setembro por autoridades portuguesas.
Sobre a operação
Conforme noticiou a Folha de São Paulo, a polícia apreendeu na operação centenas de documentos falsos considerados de alta qualidade.
Além disso, encontrou impressoras especiais, carimbos, selos e computadores usados nas fraudes.
“Temos a informação de que esta foi uma das mais relevantes apreensões feitas nos últimos anos na Europa, tendo em vista a capacidade de produção e a diversificação de documentos que estavam sendo produzidos”, afirmou Cristina Gatões. Ela é diretora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), órgão responsável pela imigração em Portugal.
Ainda segundo a Folha, as investigações sobre a quadrilha começaram em 2018, pela polícia do Reino Unido.
Entretanto, foram ampliadas para níveis internacionais depois que as autoridades desvendaram partes do esquema.
A Polícia Federal do Brasil colaborou com as investigações ao lado da Europol (polícia europeia).
Documentos eram vendidos por 10 mil euros em Bitcoin
Por conta do potencial risco de fuga e alta mobilidade dos brasileiros, as autoridades portuguesas decidiram prendê-los.
Segundo a investigação, o grupo vendia os documentos na dark web por 10 mil euros (cerca de R$ 65 mil) cada. O pagamento pelas falsificações era feito em Bitcoin.
Os documentos fraudulentos tinham como destino diversos países do mundo:
“No decorrer desta investigação, foi possível apurar que a documentação fraudulenta era comercializada online e remetida via serviço postal para países como Reino Unido, França, Luxemburgo, Portugal, Holanda, Brasil e Estados Unidos”, explicou a diretora do SEF.
Ela destacou que os documentos tinham elevada qualidade e a maior deles era formada por passaportes portugueses.
Mas, dependendo da demanda, a quadrilha falsificava documentos de outros segmentos e outras nacionalidades, incluindo brasileira.