Embora o CEO da Celsius, Alex Mashinsky, tenha afirmado que a empresa “não estava correndo riscos”, uma reportagem recente do The Wall Street Journal refuta essa alegação.
De acordo com a reportagem, o credor de criptomoedas tinha mais que o dobro do perfil de risco do banco americano médio. Além disso, a matéria afirma que a Celsius assumiu mais riscos do que os bancos tradicionais.
As revelações têm como base documentos de investidores da Celsius, que revelaram que o credor de criptomoedas era quase duas vezes mais alavancado que os bancos tradicionais dos EUA.
Risco alto do Celsius
Antes de levantar novos fundos no ano passado, a Celsius tinha aproximadamente US$ 19 bilhões em ativos além de US$ 1 bilhão em patrimônio. Isso colocou seu índice de ativos sobre patrimônio – visto pelos reguladores como um indicador de risco – em 19:1.
Enquanto isso, os bancos tradicionais dos EUA têm uma relação média entre ativos e patrimônio de cerca de 9:1.
Ou seja, o risco de Celsius era duas vezes maior que os serviços bancários regulares no momento de coleta dos dados.
Além disso, os documentos do The Wall Street Journal supostamente mostram que o Celsius vendia empréstimos com garantias insuficientes.
O credor exigia, por exemplo, que os tomadores de empréstimos comerciais depositassem cerca de 50% de garantia para seus empréstimos. O relatório afirma que o Celsius usou a garantia para emprestar ainda mais dinheiro.
O que dizia o CEO da Celsius
As revelações vão contra o que disse Mashinsky, de que a empresa não havia feito empréstimos com garantias insuficientes.
O executivo também afirmou reiteradas vezes que sua empresa assumiu riscos significativamente menores do que os bancos. Ao mesmo tempo, proporcionava retornos significativamente maiores para seus depositantes.
Em julho de 2020, por exemplo, ele disse ao CoinDesk que “a Celsius não faz empréstimos sem garantia”. Isso porque “isso seria correr muito risco” em nome de seus depositantes.
Problemas da Celsius
Conforme noticiou o CriptoFácil, no dia 13 de julho o Celsius suspendeu todas as retiradas, trocas e transferências de clientes. A equipe citou as “condições desfavoráveis do mercado” como razão para a ação, mas sem dar mais detalhes.
A ação ocorreu em meio a uma redução significativa de preços do mercado cripto. Como consequência disso, a empresa não conseguiu honrar saques de clientes devido a problemas de liquidez.
Menos de uma semana após a paralisação dos saques, o Conselho de Valores Mobiliários do Estado do Texas, nos EUA, abriu uma investigação contra a empresa.
Joseph Rotunda, diretor de fiscalização do conselho, afirmou que essa investigação é uma prioridade:
“A equipe [do conselho] se reuniu e começou a investigar o congelamento de contas na manhã de segunda-feira”, disse.