Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK (Reuters) - Criminosos roubaram cerca de 1,2 bilhão de dólares em moedas digitais desde o início do ano passado, conforme o crescimento da popularidade do bitcoin e o surgimento de mais de 1.500 criptomoedas pelo mundo colocaram o setor desregulado sob os holofotes, segundo estimativas do Anti-Phishing Working Group (APWG), divulgadas nesta quinta-feira.
As estimativas são parte de pesquisa sobre criptomoedas do grupo e incluem dados sobre roubos não declarados.
"Um problema que estamos vendo além da atividade criminal de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que usa criptomoedas é o roubo dessas moedas pelos bandidos", disse Dave Jevans, presidente da empresa de segurança de moedas digitais, CipherTrace. Jevans também é presidente da APWG.
Do 1,2 bilhão de dólares roubados, Jevans estima que apenas cerca de 20 por cento ou menos que isso foi recuperado, citando que agências governamentais de segurança do mundo estão caçando os ladrões.
Segundo ele, a lei europeia de regulação de proteção de dados, que entra em vigor na sexta-feira e é conhecida como GDPR, pode ser um ponto de apoio para os criminosos.
"A GDPR vai impactar negativamente a segurança geral da Internet e vai ajudar criminosos", disse Jevans. "Ao restringir acesso a informações críticas, a nova lei vai afetar significativamente investigações sobre cibercrime, roubo de moedas, ransonware, malware e outros tipos de fraudes", afirmou ele.
A GDPR foi aprovada em 2016 e tem como objetivo simplificar e consolidar regras que as companhias precisam seguir para protegerem seus dados e darem controle sobre informações pessoais a cidadãos da UE.
A implementação da GDPR significará que a maior parte dos dados sobre domínios na Internet do bloco de países no WHOIS, o banco de dados de registros da Internet, não vai mais ser publicada após 25 de maio. O WHOIS contém nomes, endereços e endereços de email de qualquer um que registre nomes de domínio para sites da Web.
Os dados do WHOIS são fundamentais para investigadores e autoridades que trabalham para combater roubos, disse Jevans.
"O que vamos ver é que não apenas o mercado europeu vai ficar às escuras para todos nós, como também todos os bandidos vão ir para a Europa porque você pode acessar o mundo a partir da Europa e não haverá forma de se conseguir esses dados mais", disse Jevans.
(Por Gertrude Chavez-Dreyfuss)