A hegemonia da China no ramo de mineração de Bitcoin é de conhecimento dos entusiastas das criptomoedas. Os maiores pools de mineração se encontram no país, devido às condições favoráveis.
No entanto, a dominância chinesa no setor está sendo ameaçada.
Como pontuado pelo The Block nesta quinta-feira (22), dois são os principais motivos: escassez global de chips e a dificuldade na comercialização de máquinas usadas no processo.
Embora não tenha sido citado, o plano da China em reduzir a emissão de gases poluentes nas próximas décadas também pode impactar na abertura de novas pools de mineração no país.
Escassez de chips
À Forbes, Wayne Zhao, diretor de operações da TokenInsight, disse que a China já foi responsável por representar80% da mineração de Bitcoin no mundo. Atualmente, a participação do país foi reduzida para cerca de 50%.
Segundo o executivo, o recuo se deu pelo alto custo da eletricidade, ocasionado pela crescente demanda de mineração da criptomoeda.
Para compreender melhor o contexto: a corrida pela alta não impactou apenas no mercado financeiro. A valorização da moeda digital também “inflou” a cadeia de mineradores.
Logo, a demanda provocou uma escassez global de chips usados na produção de máquinas de mineração.
“Não há chips suficientes para suportar a produção”, disse Alex Ao, vice-presidente da Innosilicon à Forbes este ano. A empresa atua na área de equipamentos de mineração.
Máquinas eficientes
Além da falta de chips, o mercado encara outra problemática: o encarecimento dos produtos.
Para que o processo de mineração de novos Bitcoins seja concluído, é necessário equipamentos modernos e potentes para validar as transações. Logo, novaos dispositivos precisam ser inseridos no mercado.
Segundo um gerente da Jiangsu Haifanxin Technology, identificado apenas como Li na Forbes, os preços das máquinas de segunda mão obtiveram um aumento de até 60%.
Já os novos dispositivos de mineração dobraram de preço. “É natural se você olhar o quanto o Bitcoin subiu”, analisou o gerente.
Fechamento de pools de mineração
Embora seja reconhecida como líder em mineração, a China já demonstrou interesse em reduzir a atuação de mineradores no país.
Recentemente, foi noticiado o interesse na região da Mongólia em encerrar as instalações dos pools de mineração na província. A decisão pauta-se no alto consumo de energia, gerado principalmente por meio do carvão.
O plano do país é reduzir pela metade a poluição atmosférica até 2030, culminando com a neutralidade do gás carbônico até 2060.