A China abriu um processo para apurar o consumo de energia das operações de mineração de criptomoedas.
De acordo com documento obtido pela Reuters, a investigação procura compreender o impacto da atividade no consumo de energia.
À agência, fontes relataram que um “aviso de emergência” foi enviado na terça-feira (27) pelo Escritório Municipal de Economia e Tecnologia da Informação de Pequim às empresas envolvidas com a prática.
Recentemente, a Mongólia noticiou o encerramento de pools de mineração na região. O plano do governo visa melhorar a eficiência energética e reduzir a poluição atmosférica.
Investigação interna
Segundo uma das fontes, a investigação do consumo de energia está sendo apurada e gerenciada pelas autoridades da cidade. A princípio, a notificação de auditoria teria sido enviada às três maiores operadoras de telecomunicações da China.
O funcionário da agência não soube dizer a extensão da operação. Ou seja, trata-se de um movimento nacional ou local.
Embora a China seja referência de mineração de Bitcoin, Pequim não entra para a lista das cidades mais atrativas para a atividade.
Atualmente, as operações no país dominam cerca de 50% do setor. A alta concentração de pools de mineração em solo chinês dá-se pelo baixo valor no consumo de energia.
Políticas de restrição
Em março, a Mongólia anunciou que até o final de abril fecharia todas os pools de mineração da região.
Além de supostamente melhorar a eficiência energética, a iniciativa também contempla o plano lançado pelo governo em reduzir o impacto ambiental. O programa chinês visa alcançar a neutralidade na emissão de gás carbônico até 2060.
“A China costumava ser um lugar onde a mineração de criptomoedas prosperava. Contudo, o negócio está encolhendo devido às políticas”, disse Edward Lu, vice-presidente sênior da fabricante de máquinas de mineração Canaan Inc à Reuters.
De acordo com o executivo, devido às recentes restrições do governo, mineradores estão migrando suas operações para outros lugares.
Lu disse que, cada vez mais atende a clientes que atuam no Canadá, no norte da Europa e na Ásia Central, locais com baixo custo de energia elétrica.