O Bitcoin (BTC) caiu no gosto da classe política brasileira, e também do Flow Podcast também. O ex-candidato a presidência da República Ciro Gomes (PDT) elogiou a criptomoeda em sua participação no podcast. O programa foi gravado em 22 de junho.
O fato ocorreu logo depois do deputado federal Alexandre Frota (PSDB/SP) também falar sobre BTC no programa. Ao contrário de Frota, Gomes falou sobre o BTC em si, não sobre projetos de lei.
Em sua fala, Gomes admitiu que a criptomoeda pode ser uma alternativa ao dólar como moeda de reserva global. Ao mesmo tempo, o político destacou que a falta de lastro é um dos grandes riscos para o BTC.
“Moeda sem lastro”
O BTC veio à tona quando o assunto da conversa voltou-se para o dólar. Na avaliação de Gomes, a moeda é importante para a realização de trocas internacionais. Por outro lado, o poder concedido aos Estados Unidos por esse privilégio é excessivo e pode causar problemas, até mesmo novas guerras.
Em seguida, o apresentador Monark argumentou que o BTC poderia servir como uma alternativa ao dólar. Ciro Gomes respondeu com ceticismo ao comentário do apresentador:
“Olha, eu não sei se sou conservador de mais, e eu admiro essa tentativa, mas uma moeda sem lastro, e sem uma autoridade publica por trás dela, não sei se um dia desses não vai dar problema. Outro dia o ‘Elão Musk’ (sic) fez um comentário, ‘tumba’ (queda no preço)”, afirmou Gomes.
Argumentos como falta de lastro e manipulação ainda são comuns entre os detratores do BTC. A partir daí, ocorreu um pequeno debate entre os apresentadores e Gomes a respeito disso. Para Monark, o peso da influência e fortuna de Musk fazem dele um importante manipulador de preço.
Contudo, o ex-deputado e ex-Ministro da Fazenda não fez apenas críticas. Ele também elogiou o BTC e afirmou ter mudado de opinião. Em 2017, Gomes chegou a classificar a criptomoeda como uma pirâmide financeira. Já no Flow, o político até classificou o BTC como reserva de valor.
“(O BTC) tá avançando para um negócio impressionante. Eu já dizia: ‘isso não vai dar certo e tal…’ mordi a língua. Tá surgindo… uma moeda privada, de curso internacional razoável, reserva de valor razoável. Mas qual é o lastro?”, perguntou Gomes.
Dólar como reserva e excesso de poder
De forma surpreendente, Gomes não foi tão generoso com o dólar, ao qual chamou de pedaço de papel verde, insinuando que o valor da moeda reside apenas na confiança das pessoas no governo norte-americano.
“Eles pegam um papel, assim mesmo com eu tô dizendo para vocês, eles pegam papel, pintam de verde, e o mundo inteiro aceita como meio de troca”, afirmou.
Curiosamente, a falta de um lastro para o dólar não parece incomodar Gomes tanto quanto no caso do BTC. O ex-presidenciável afirmou duvidar que o dólar perderá seu papel global, pelo menos nos próximos 70 anos.