A exchange de criptomoedas Coinbase cancelou seus planos para lançar a plataforma Lend que iria oferecer retornos de juros elevados sobre as participações na stablecoin USDC. O motivo por trás do recuo foi uma “ameaça” da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC.
De acordo com o regulador, o produto se configuraria como um investimento. Logo, entraria na categoria de oferta de valores mobiliários, algo que a Coinbase (NASDAQ:COIN) não é autorizada a oferecer.
O alerta da SEC foi claro: se a Coinbase continuar oferecendo o serviço, será processada.
Depois dessa investida, a corretora recuou.
“Nosso objetivo é criar ótimos produtos para nossos clientes e avançar nossa missão de aumentar a liberdade econômica no mundo”, disse a Coinbase. “À medida que continuamos nosso trabalho para buscar clareza regulatória para a indústria de criptografia como um todo, tomamos a difícil decisão de não lançar o programa USDC APY anunciado abaixo.”
Coinbase desiste da plataforma Lend
A Coinbase disse também que milhares de pessoas se inscreveram em sua lista de espera, que agora foi descontinuada.
“Não pararemos de buscar maneiras de trazer programas e produtos inovadores e confiáveis para nossos clientes”, concluiu.
Conforme noticiado pelo CriptoFácil, a Lend foi anunciada pela Coinbase em junho deste ano. O objetivo era oferecer uma nova oportunidade de investimento aos clientes.
A ferramenta ofereceria rendimentos maiores do que investimentos tradicionais, ao mesmo tempo em que ofereceria segurança.
Mais precisamente, o programa de empréstimos planejava fornecer aos usuários 4% de juros sobre as participações do stablecoin USDC. A exchange planejava, posteriormente, lançar o Lend para criptomoedas adicionais.
Mas no início deste mês, o diretor jurídico da Coinbase, Paul Grewal, informou que a SEC ameaçou processar a empresa se ela prosseguisse com os planos. Após Grewal comunicar sobre a ameaça, o preço das ações da Coinbase caiu 11%.
No dia 7 de setembro, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, publicou no Twitter uma crítica à agência:
“Se acabarmos no tribunal, poderemos finalmente obter a clareza regulatória que a SEC se recusa a fornecer”, escreveu Armstrong. “Mas a regulamentação por litígio deve ser o último recurso para a SEC, não o primeiro.”