A visão de criptomoedas cumprindo um papel semelhante ao ouro, como uma reserva de valor, permanece não realizada. De acordo com um estudo da S&P Global, até o momento, o Bitcoin não é um porto seguro em crises econômicas
A análise parte do relatório “A Deep Dive Into Crypto Evaluation”, que observa que o preço do ouro aumentou mais de 40% de meados de 2019 a meados de 2020.
Isso ocorreu pois muitos investidores fizeram a transição para o ouro em resposta à pandemia. O Bitcoin, no entanto, não exibiu uma tendência clara no mesmo período.
“À medida que os temores de inflação se intensificam, o preço do Bitcoin caiu. Enquanto isso, o ouro, após um rali durante o primeiro trimestre, mantém sua média de valor”, diz o relatório.
Comparando os mercados de criptomoedas com os índices S&P 500 e NASDAQ, o relatório indica que as cripomoedas ‘perdem’. O relatório conclui, por exemplo, que os retornos diários dos ativos cripto apresentam maior volatilidade e não uma correlação significativa com as ações.
Bitcoin não é reserva de valor
“A falta de comparabilidade entre criptoativos e ações não é surpreendente, uma vez que os drivers para a avaliação de criptomoedas são diferentes”, diz Cristina Polizu, diretora administrativa de Metodologias da S&P Global Ratings.
Por fim, o relatório observa que, embora as stablecoins sejam menos voláteis do que outros criptoativos, elas ainda ‘flutuam’. Segundo o documento, esses ativos têm maior volatilidade do que as moedas fiduciárias tradicionais e, historicamente, têm uma baixa correlação com elas.
O relatório conclui que o discurso de que as criptomoedas são uma reserva de valor não é verdadeiro. Devido à sua alta volatilidade, elas podem oferecer grandes retornos, mas em tempos de crise, elas tendem a serem eliminadas.
Mesmo as stablecoins, que poderiam atuar como reserva de valor, enfrentam volatilidade. Além disso, por vezes, por terem emissores privados centralizados, elas podem inclusive ir a zero.