Enquanto a maioria das empresas de criptomoedas e blockchain ficam fora de Cuba devido a incertezas regulatórias e pesadas sanções americanas, o empresário ítalo-cubano Mario Mazzola desenvolveu e inaugurou a Qbita, primeira exchange de Bitcoin (BTC) do país.
O interesse dos cubanos pelo criptoativo já é conhecido. Em setembro de 2019, o CriptoFácil relatou que muitos cubanos utilizavam o Bitcoin para ter acesso à economia global e, com isso, escapar das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos nos últimos 60 anos.
Facilitando o acesso ao Bitcoin
Embora exista interesse no uso de moedas virtuais e uma oportunidade de contornar as sanções dos EUA, os cubanos enfrentam dificuldades, pois a maioria das exchanges restringe o acesso de cidadãos do país.
Mazzola define Bitcoin como uma necessidade para os cubanos, mas com a maioria dos serviços bloqueando os usuários, eles não conseguem colher seus benefícios. Em tal situação, ele acrescenta, a Qbita servirá como uma ferramenta para comprar, vender, usar e armazenar Bitcoins com facilidade e segurança.
Antes de inaugurar a exchange, o empresário já havia lançado a carteira Qbita Bitcoin em novembro de 2019. A carteira foi projetada especificamente tendo em mente a baixa velocidade os serviços de internet em Cuba, razão pela qual ela possui apenas 1 MB de tamanho e não demanda uma alta conexão de internet para funcionar.
Outras exchanges
A Qbita é a primeira exchange de Bitcoin inaugurada em Cuba. O país conta com outros serviços de exchnage e carteira de criptomoedas, como Paxful e LocalBitcoins, mas Mazzola disse que cada um deles tem “um pequeno problema”.
“A Paxful está bloqueando ativamente os acessos de Cuba, a LocalBitcoins está pedindo identificação de cliente (KYC) e, devido ao embargo, esse requisito legal não está ajudando as pessoas da ilha, portanto não está disponível em nosso país”.
Desde o lançamento da Qbita, o número de downloads do aplicativo subiu de 850 para 1.100, um aumento de 30% em apenas uma semana. Embora os números não sejam enormes, Mazzola está otimista de que os cubanos em breve verão o potencial do Bitcoin em transações nacionais e internacionais.
“Vamos ver mais pessoas usando o Bitcoin para seu verdadeiro objetivo: a liberdade de movimentar dinheiro e ter controle total de seus fundos”.