A rede do Bitcoin sofreu a maior queda na dificuldade de mineração em 2021. O novo ajuste de dificuldade, ocorrido a cada 2.016 blocos, veio neste final de semana.
O novo ajuste ocorreu em 1º de maio e teve uma queda de 12,6%. Além de ser a maior queda do ano, foi também o maior ajuste negativo desde 3 de novembro. Naquela ocasião, a dificuldade de mineração caiu 16,05%.
Com o ajuste atual, a dificuldade caiu de 23,5 trilhões de hashes por segundo (H/s) para 20,6 trilhões.
O novo ajuste demorou cerca de 16 dias para ser implementado. Este prazo foi um pouco maior do que os 14 dias que, em média, levam para que o ajuste seja feito.
Com a queda, torna-se mais fácil para executar a mineração dos blocos. Isso serve de incentivo para que mais mineradores entrem na rede, equilibrando o sistema.
A dificuldade também faz os blocos serem minerados mais rapidamente. Segundo o BTC.com, a estimativa é que o novo ajuste ocorra no dia 15 de maio.
Redução teve a China como ponto central
Um dos fatores que levou a uma queda tão forte foi a China. O país responde por cerca de 60% da hash rate do Bitcoin e teve alguns acidentes envolvendo mineradoras.
Em abril, algumas minas na região de Xinjiang sofreram sérias explosões. O fato impactou a produção de energia neste local, que é muito utilizado pelos mineradores.
Com o acidente, várias máquinas de mineração foram desligadas. Nos dias seguintes a isso, a hash rate do Bitcoin chegou a cair mais de 20%. Tanto a rede quanto o preço do Bitcoin foram bastante afetados.
O CEO da Compass Mining, Thomas Heller, destacou o forte impacto. Na sua avaliação, o ajuste foi o quarto maior ocorrido desde 2012.
“A queda de 12,6% na dificuldade é o maior ajuste de dificuldade negativa desde 2012, excluindo novembro de 2020 (fim da estação hídrica), março de 2020 (queda no mercado) e dezembro de 2020 (fim da estação hídrica)”, disse.
Momento positivo para a mineração
Apesar da queda, existem razões para ver o novo ajuste como positivo. A primeira delas é, como já foi apontado, a redução na dificuldade para minerar Bitcoin.
Esta redução faz com que seja preciso menos poder computacional. Com isso, alguns modelos não tão atuais ganham um pequeno incremento de capacidade.
A queda de dificuldade torna o atual momento na mineração de Bitcoin um pouco mais lucrativo.
“Embora a maioria dos pools de mineração nas regiões tenha reiniciado a mineração, o hash rate da rede ainda não atingiu o ponto mais alto novamente”, disse Heller.
O segundo ponto é que a queda passa a reduzir a concentração de mineradores na China. Isso porque outras regiões passam a ser mais lucrativas para o processo, reduzindo a concentração em um só país.
“Xinjiang destacou que grande parte da mineração ainda ocorre na China. Mudanças sazonais e governamentais têm o potencial de balançar os níveis de hash rate e têm impactos profundos na dificuldade de rede e na economia da mineração”, disse Ethan Vera, CFO do pool de mineração norte-americano Luxor.