O governo de El Salvador aumentou suas reservas de Bitcoin (BTC) durante a queda da quarta-feira (27).
Segundo Nayib Bukele, presidente do país, a nação centro-americana adicionou mais 420 BTC nas suas reservas internas.
“Foi uma longa espera, mas vale a pena. Acabamos de comprar 420 novos Bitcoins na baixa e já estamos lucrando com o que acabamos de comprar”, destacou Bukele.
Como resultado da nova compra, o país atingiu a marca de 1.120 BTC acumulados ao longo de dois meses. Esta foi a terceira compra realizada pelo governo salvadorenho desde que a criptomoeda foi adotada legalmente no país em 7 de setembro.
Na quarta-feira, o preço do BTC chegou a cair mais de 5% e perder o nível dos US$ 60 mil. No entanto, a criptomoeda volta a operar em alta nesta quinta-feira (28), subindo 4,2%. Portanto, a operação de El Salvador de fato pode estar gerando lucros.
Com base na cotação atual (US$ 61.082), as reservas de El Salvador atingiram o valor de US$ 68,4 milhões, ou R$ 382 milhões.
País reverte prejuízo não realizado
Ao longo dos últimos dois meses, El Salvador registrou vários prejuízos não realizados em suas compras. Durante parte desse período, o preço da criptomoeda ficou abaixo de US$ 50 mil, preço abaixo do valor médio pago pelo país (US$ 53.324,29).
Este foi o histórico de compras realizadas pelo país:
- duas compras em 6 de setembro (um dia antes da adoção oficial do BTC como moeda no país): 200 BTC cada, a um preço médio de US$ 51.500 e US$ 51.300;
- compra em 7 de setembro (dia da efetivação da Ley Bitcoin): 150 BTC a um preço médio de US$ 52 mil;
- compra em 19 de setembro: 150 BTC a um preço médio de US$ 45.700;
Remessas internacionais impulsionam PIB do país
De acordo com Bukele, a Ley Bitcoin foi adotada com o objetivo de facilitar a remessa de recursos para El Salvador. Cerca de 23% do PIB salvadorenho é oriundo de recursos mandados por cidadãos do país que moram no exterior.
Ao que parece, a medida tem surtido resultado nesse sentido. Dados do Observatório de Políticas Públicas da Universidade Francisco Gavidia apontam que o PIB do país deve crescer 8,5% em 2021. O alto percentual será impactado pelo aumento de exportações e, sobretudo, do recebimento de remessas do exterior.