Por Sam Boughedda
Investing.com - Empresas por trás da Tether teriam utilizado documentos falsificados e empresas de fachada para abrir contas bancárias, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, publicada na sexta-feira (3).
Segundo a matéria, documentos mostram que, no fim de 2018, as empresas por trás da Tether enfrentavam dificuldades para manter o acesso ao sistema bancário internacional, o que fez com que alguns de seus apoiadores recorressem a “intermediários obscuros, documentos falsificados e empresas de fachada, a fim de consegui-lo”.
Em um e-mail de Stephen Moore, um dos proprietários da Tether Holdings Ltd, visto pelo WSJ, um dos intermediários (um grande trader de tether na China) estaria tentando contornar o sistema bancário, através de faturas de vendas falsas e contratos para cada depósito e retirada.
A Tether, que, de acordo com fontes do WSJ, está sob investigação do Departamento de Justiça dos EUA, opera a stablecoin de mesmo nome no valor de US$ 71 bilhões, bem como uma empresa afiliada, a Bitfinex, uma das maiores plataformas de negociação de criptos do mundo.
O WSJ alega que Moore recomendou que abandonassem os esforços para abrir contas, já que era muito arriscado continuar usando faturas de vendas falsas e contratos assinados por ele.
A publicação acrescenta que teve acesso a um conjunto de e-mails e documentos demonstrando um esforço prolongado por parte de empresas de cripto no sentido de permanecer conectadas ao sistema internacional. A falta de acesso ao sistema bancário era encarada como uma “ameaça existencial”, de acordo com as empresas em um processo judicial.
Além disso, as companhias frequentemente ocultavam suas identidades por trás de outras empresas ou indivíduos, o que ocasionalmente causava problemas. Entre esses problemas estavam “centenas de milhões de dólares de ativos confiscados e conexões com uma organização terrorista”, de acordo com o WSJ.