Com o avanço do Bitcoin no início de 2020, que durou até meados de fevereiro, o otimismo tomou conta do mercado. Após afirmações como a de Changpeng Zhao sobre o halving nem sequer ter exercido o impacto positivo de que é capaz no valor do Bitcoin, muito se esperava do criptoativo dominante do mercado de moedas digitais.
Contudo, a crescente preocupação com a disseminação do Coronavírus fez com que o valor do Bitcoin naufragasse, acompanhando a tendência do mercado tradicional. Agora, até mesmo o papel do {{0|BTC }como “porto seguro” (ou safe haven) é colocado em cheque.
Considerando que as consequências do coronavírus no globo derrubaram o valor do Bitcoin, tendo em vista ainda que o pico de contágio está previsto entre abril e maio, o que pode acontecer?
Analisando as variáveis
A primeira variável é a linha lógica de contágio do coronavírus. Se as preocupações com o coronavírus atualmente já foram suficiente para derrubar o mercado financeiro como um todo, é provável que durante o ápice de contágio – muito próximo do halving – o valor do BTC sofra ainda mais.
Contudo, este cenário recebeu um acréscimo que pode alterar o rumo das coisas:
BREAKING: First dose for possible coronavirus vaccine to be trialled tomorrow in the United States— The Spectator Index (@spectatorindex) March 15, 2020
“Primeira dose de uma possível vacina contra o coronavírus pode ser testada amanhã [dia 16 de março] nos Estados Unidos.”
Porém, uma vez que a eficácia da vacina não é garantida, essa variável pode ficar de fora por enquanto. A questão, analisando cruamente, é a colisão de duas grandes forças: um evento que potencialmente pode valorizar o Bitcoin, sendo ele o halving; e um evento que pode derreter ainda mais o valor do BTC, sendo ele o pico de contágio do coronavírus.
Para qual lado pende?
Observando a força avassaladora exercida pela disseminação do Coronavírus no mercado financeiro, levando ainda em consideração a apatia do mercado de criptoativos em relação à proximidade do halving, seria talvez prudente falar que a doença venceria a batalha.
Entretanto, a recente ação da Reserva do Tesouro dos Estados Unidos (FED) pode amenizar a queda por dois motivos: o primeiro é um possível reaquecimento do mercado financeiro tradicional e, se é a correlação negativa entre BTC e ativos financeiros tradicionais que estava afundando o valor do criptoativo, o retorno do mercado tradicional à alta pode favorecer o Bitcoin.O segundo é a preocupação com a desvalorização do dólar, causada pela injeção de US$ 700 bilhões de dólares no mercado, além do corte das taxas de juros feitas pelo FED, algo que pode levar as pessoas novamente ao Bitcoin.
Sobre isso, o defensor do Bitcoin Anthony Pompliano publicou em seu Twitter:
THEY ARE LITERALLY CUTTING RATES AND PRINTING MONEY RIGHT INTO THE BITCOIN HALVING.
Unbelievable.
— Pomp (@APompliano) March 15, 2020
“ELES LITERALMENTE ESTÃO CORTANDO TAXAS E IMPRIMINDO DINHEIRO LOGO NO HALVING DO BITCOIN.
Inacreditável.”
Resumindo a publicação de Pompliano, isso significa que os Estados Unidos estão inflacionando a moeda utilizada mundialmente para comércio próximo ao evento que aumenta a escassez do Bitcoin.
Desta forma, é possível que a recente ação do FED seja o que o halving do Bitcoin precisava para ganhar força, impulsionando o valor do criptoativo. Se esse cenário vai se consolidar, apenas o tempo dirá, mas há uma grande possibilidade de destaque para o BTC nos próximos dois meses.