A rede Ethereum atingiu a marca de um milhão de Ether (ETH) queimados nesta quarta-feira (24). O valor total já supera precisamente 1.002.228, conforme dados da plataforma Watch The Burn.
No mesmo período, cerca de 1.492.608 ETH foram emitidos, o que dá um total líquido de pouco mais de 490 mil ETH neste período. Em outras palavras, a rede destruiu o equivalente a cerca de R$ 24 bilhões em ETH.
A marca histórica ocorreu exatamente às 10h02 desta quarta, no bloco 13.677.339, quando a rede atingiu a marca de 1.000.001 de ETH queimados. O evento foi registrado ao vivo na live diária do canal BitNada, criado por Felipe Escudero.
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Este é o segundo feito histórico registrado ao vivo pelo canal, que também acompanhou a chegada do Bitcoin (BTC) aos US$ 20.000. Felipe Escudero, criador do BitNada, comemorou a marca de 1 milhão juntamente com seus seguidores.
“Momento histórico. Finalzinho do ano, mais de 1 milhão de ETH queimados! Parabéns a todos os envolvidos e obrigado por terem acompanhado ao vivo este momento histórico”, disse Escudero.
Primeira marca histórica da EIP-1559
A marca de um milhão de ETH queimados demonstra o sucesso da EIP-1559, implementada em 5 de agosto. Um dos objetivos, de acordo com a proposta, era justamente controlar a emissão de ETH, que antes disso não possuía nenhum limite de emissão.
Nesse sentido, a EIP-1559 instituiu uma taxa básica paga pela rede. Mas ao contrário do que acontecia antes, esta taxa não é mais paga aos mineradores, mas parte dela é retirada de circulação. Esta retirada e consequente inutilização dos ETH recebeu o nome popular de “queima de tokens”.
A mudança foi projetada para diminuir a taxa de emissão do token e aumentar seu preço, ao mesmo tempo que alivia alguns dos piores elementos de congestionamento da rede. Com a EIP, os tamanhos dos blocos também foram aumentados, visando incluir mais transações.
Conforme destacado no início do texto, a rede Ethereum emitiu quase 1,5 milhão de novos ETH desde a implementação da EIP. Mas como 1 milhão deles foram queimados, menos de 500 mil foram de fato distribuídos aos mineradores. Esta foi a quantidade de tokens que de fato entrou em circulação no mercado.
Dessa forma, a ETH não se tornou deflacionária como previa a EIP, mas sua oferta líquida cresceu a uma velocidade muito menor. Ao mesmo tempo, a demanda pela ETH aumentou, o que resultou num aumento no preço do token. Desde 5 de agosto, o preço da ETH saiu de US$ 2.710 para os atuais US$ 4.230, mas chegou a atingir US$ 4.844 – sua máxima histórica – em 10 de novembro.
Taxas seguem elevadas
A EIP-1559 também prometia a redução nas taxas de transação da rede Ethereum, conhecidas por atingir somas estratosféricas em momentos de estresse. Esses aumentos repentinos chegavam a tornar o uso do Ethereum inviável, sobretudo para realização de pequenas transações.
No entanto, esta promessa ainda não foi totalmente cumprida, de acordo com dados do explorador de blocos Etherescan. O preço médio para realizar uma transação com tokens ERC-20 pode chegar a US$ 48,13, (R$ 269,04).
Para negociações nas exchanges decentralizadas (DEX), os valores são ainda mais salgados. Operar na Uniswap, maior DEX do Ethereum em volume total, pode custar até R$ 724,40 apenas em taxas de transação.
Curiosamente, a Uniswap realizou a terceira maior queima de ETH entre as plataformas que utilizam a rede, com quase 90.000 ETH queimados.