Embora ainda não tenham taxado o Bitcoin, governos podem utilizar o meio tributário para reprimir o uso de criptomoedas. A afirmação é do economista Fernando Ulrich.
A hipótese foi levantada após o The New York Times divulgar, na quinta-feira (21), que o governo estadunidense planeja aumentar a taxa sobre ganho de capital para os mais ricos.
Além de projetar um possível cenário no qual os criptoativos são tributados no futuro, o autor de “Bitcoin: a moeda na era digital” também comentou sobre um recente rumor que refletiu no valor do BTC.
Governos podem taxar Bitcoin no futuro
Como lembrado por Ulrich, diversos investidores institucionais, como Michael Saylor, adquiriram o Bitcoin nos últimos meses como “reserva de valor”.
Segundo o analista, a aplicação no mercado de criptomoedas pode ser usada como estratégia para “fugir” dos impostos governamentais. Contudo, há riscos deste cenário mudar.
A análise veio após a divulgação do Plano das Famílias Americanas. Especula-se que o governo Biden tenha interesse em aumentar o imposto para os mais ricos, subindo a alíquota para 39,6%.
A notícia não foi bem recebida pelo mercado financeiro. O índice S&P 500 registrou queda após o plano vir a público.
Antevendo questionamentos sobre a possibilidade de governos utilizarem impostos para reduzir o uso de criptomoedas, Ulrich é taxativo:
“Esse tipo de medida revela muito mais sobre a saúde das moedas nacionais do que sobre o Bitcoin.”
Ele ainda completa afirmando que, embora Biden não tenha anunciado um tributo sobre o Bitcoin, nada impede que os EUA ou outro país possam aplicá-lo no futuro. Apesar do risco, o economista pondera:
“Não é um motivo para deixar de investir [na criptomoeda] ou pensar que acabou seu potencial.”
Atualmente, o mercado de criptomoedas movimenta mais de US$ 1,9 trilhões. Além disso, alguns países, como Nigéria, aumentaram sanções contra os ativos digitais.
Cenário de especulações
Segundo Ulrich, caso os governos acionem impostos para reprimir o uso de criptomoedas, é possível que grandes empresários abram mão de seus investimentos.
“Pode gerar uma venda acelerada, levando a uma queda de preço [no BTC].”
Apesar de uma possível desvalorização, o Bitcoin mantém sua característica como não inflacionário e não confiscável.
Desta forma, Ulrich reforça que o mercado manterá sua ótica sobre o Bitcoin como uma alternativa de investimento importante mesmo em um cenário de pesadas cargas tributárias.
Rumor desestabiliza o mercado
Ulrich aproveitou para analisar a correção do Bitcoin, que atingiu US$ 48 mil na sexta-feira. Ao longo de 7 dias, o BTC sofreu uma queda que beirou os 25%.
De acordo com o economista, a informação que a secretária do tesouro estadunidense pretendia aplicar um imposto de 80% sobre a criptomoeda foi responsável pela nova retração.
O economista chamou a notícia atrelada ao nome de Janet Yellen de “rumor”, possivelmente “uma fake new”.