Blockmarket - Em uma revelação surpreendente, Gary Wang, ex-diretor de tecnologia da exchange de criptomoedas FTX, testemunhou que a empresa falsificava os valores totais de reservas mantidas em seu fundo de emergência.
A declaração de Wang foi contundente e impactante, indicando que um fundo de emergência de US$ 100 milhões estabelecido pela FTX em 2019 era fraudulento e não continha, de fato, tokens FTX (FTT), como a empresa havia alegado.
O valor do fundo não foi calculado usando um método padrão, mas sim multiplicando o volume diário de negociação do token FTX por um número aleatório próximo a 7.500.
Os 5,25 milhões de FTT que alocamos em nosso fundo de emergência em 2019 agora equivalem a mais de 100 milhões de dólares.
Quando a promotoria apresentou a postagem acima e questionou Wang se os valores eram verdadeiros, ele respondeu com uma única palavra: “Não.”
“Para começar, não há FTT no fundo de emergênia. Trata-se apenas de um número em dólares. E, segundo o valor mencionado aqui, não corresponde ao que estava no banco de dados.” – diz Wang.
A farsa do fundo de emergência
Mais uma prova foi apresentada ao julgamento de 6 de outubro, o código que supostamente teria sido utilizado para calcular o valor das reservas do denominado “Backstop Fund” ou fundo de emergência público.
From yesterday's exhibits in US v. Sam Bankman-Fried:The prosecution shows that the "insurance fund" that FTX bragged about was fake, and just calculated by multiplying daily trading volume by a random number around 7500 pic.twitter.com/EDiVPOHODP— Molly White (@molly0xFFF) October 7, 2023
“A acusação mostra que o “fundo de emergência” do qual a FTX se gabava era falso, e foi calculado apenas multiplicando o volume diário de negociação por um número aleatório em torno de 7500.” — Molly White (@molly0xFFF)
A FTX usou a linguagem de programação Python de forma oculta e maliciosa para deturpar os valores mantidos em seu fundo de emergência. Este fundo foi projetado para minimizar as perdas dos usuários da exchange durante grandes eventos de liquidação. O valor das reservas era frequentemente divulgado no site e nos perfis de redes sociais da exchange.
Quando Bankman-Fried notou que o fundo de emergência estava quase esgotado, Wang mencionou que recebeu ordens para fazer com que a Alameda “cobrisse” o prejuízo. Isso foi uma tentativa de esconder a perda, já que os balanços financeiros da Alameda eram menos divulgados e acessíveis do que os da FTX.
De acordo com Wang, Bankman-Fried pediu a ele e a Nishad Singh que adicionassem um recurso chamado “allow_negative” ao código da FTX, o que permitiria à Alameda Research acessar liquidez quase ilimitada na bolsa de criptomoedas.
Esse recurso permitiria essencialmente que a Alameda Research negociasse com mais fundos do que realmente tinha, tomando emprestado do fundo de emergência da FTX.
Em 5 de outubro, Wang, que já admitiu sua culpa em todas as acusações levantadas contra ele, confessou ter participado de fraude eletrônica, fraude de commodities e fraude de valores mobiliários. Ele fez isso em conluio com Bankman-Fried, a ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, e o ex-diretor de engenharia da FTX, Nishad Singh.
Em conclusão, o testemunho contundente de Gary Wang lança uma luz sombria sobre as operações internas da FTX. As implicações dessas revelações são profundas e podem ter um impacto duradouro na indústria das criptomoedas como um todo.
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