Faltando pouco menos de um mês para o lançamento da atualização The Merge, diversas informações sobre a mudança estão circulando pela internet. E muitas delas são, infelizmente, contraditórias ou até totalmente falsas.
Nesse sentido, a Fundação Ethereum criou uma seção voltada para tirar dúvidas sobre o The Merge e evitar possíveis erros. A maioria dos esclarecimentos dizem respeito ao funcionamento dos nós, transações e as taxas cobradas pela rede.
Mineração x execução dos nós
Logo de início, a Fundação esclarece que o The Merge irá acabar com a mineração via Prova de Trabalho. Ou seja, os mineradores não poderão utilizar máquinas para minerar Ether (ETH), o que dará lugar ao modelo de Prova de Participação (PoS).
Com a mineração PoS, os mineradores dão lugar aos validadores, que poderão descobrir os blocos usando um simples computador. Para se tornar um validador, um usuário precisa ter pelo menos 32 ETH, o que corresponde a R$ 304 mil em valores atuais.
No entanto, um dos erros é acreditar que alguém precisa ter esse valor para rodar um nó do Ethereum. Só que a Fundação esclarece que este valor é apenas para quem deseja validar os blocos da rede. Quem deseja apenas executar um nó não precisa deixar nenhum ETH na rede.
Taxas e velocidade das transações
Outros dois erros gerais são achar que o The Merge reduzirá as taxas de transação, ou que deixará as transações do Ethereum mais rápidas. Contudo, estas não são funções do The Merge, que apenas mudará o algoritmo de consenso do Ethereum.
A redução nas taxas ficou a cargo da EIP-1559, lançada há pouco mais de um ano, que estabeleceu a queima das taxas da rede. Já as transações continuarão com a mesma velocidade na Camada 1 da blockchain: 30 transações por segundo.
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Saques pós-Merge e recompensas dos validadores
A mineração PoS já está disponível em camadas de teste do Ethereum, mas os validadores não podem sacar seus tokens por enquanto. Com a proximidade do The Merge, algumas pessoas acreditam que poderão sacar seus ETH dos pools imediatamente após a atualização. Isso não procede.
De acordo com a Fundação, as retiradas de ETH do staking ainda não estão habilitadas com The Merge. Isso só ocorrerá depois da próxima atualização da rede, intitulada Shangai, que permitirá saques dos pools.
No entanto, outros afirmam que os validadores só receberão as recompensas dos blocos após a realização da atualização Shangai. Isso, segundo a Fundação, também não é verdade. As recompensas começam a ser pagas logo após o The Merge e a ativação da PoS na rede principal.
Por fim, a Fundação também esclareceu que os retornos anuais do staking de ETH (APR, na sigla em inglês) aumentarão em 50% após o The Merge, ao contrário dos 200% especulados no mercado. E que o Ethereum contará com limites na saída dos validadores, para evitar problemas de segurança na rede.
A The Merge é uma atualização que vai unir a camada de execução da rede principal do Ethereum com sua nova camada de consenso, a Beacon Chain, que terá a mineração PoS. Com esta fusão, a rede eliminará a necessidade de mineração intensiva em energia, o que supostamente fará o Ethereum economizar até 99,5% no consumo de eletricidade.