O cofundador do banco BTG Pactual (SA:BPAC11), André Jakurski, nunca foi um dos maiores fãs do Bitcoin.
Pelo contrário. Há cerca de dois meses, conforme noticiou o CriptoFácil, ele deu uma entrevista em que afirmou que o Bitcoin era uma piada.
Mais precisamente, Jakurski disse que o Bitcoin não poderia ser considerado uma reserva de valor. Isso porque, segundo ele, a criptomoeda não passava de “uma brincadeira”.
Agora, em uma nova entrevista, ele disse que não vê as criptomoedas com maus olhos e que poderia, eventualmente, comprar Bitcoin a depender das previsões:
“O que me interessa é a taxa de variação positiva ou negativa. Não estou muito preocupado na parte intrínseca, se tem algum valor ou não. Se você me disser que Bitcoin está US$ 55 mil e vai para US$ 100 mil, vou comprar.”
Jarkurski foi um dos responsáveis por fundar o banco Pactual, em 1983. O atual sócio-fundador da JGP Asset Management foi sócio de Paulo Guedes, atual Ministro da Economia.
Em 2009, o Pactual foi adquirido pela BTG Investments e passou a se chamar BTG Pactual.
Bitcoin só não está no hall por conservadorismo
Em sua entrevista ao Valor Econômico nesta quarta-feira (5), Jarkurski comparou a maior criptomoeda em valor de mercado com cartas de Pokémon:
“O meu filho me falou recentemente que as cartas dele de Pokémon valem US$ 300 mil, eventualmente”, disse. “Se você for um trader de carta de Pokémon, pode até ganhar dinheiro.”
Além disso, o executivo afirmou que o Bitcoin só não entra no hall de ativos porque os gestores são muito conservadores.
“[Os gestores] não permitem que operemos essa classe de ativos e, provavelmente, nem a CVM.”
Jakurski observou ainda que a alta atual do mercado de criptomoedas não é algo inédito ou exclusivo deste mercado. Afinal, desde 2008 passou a haver uma “chuva de liquidez” nos mercados.
Por fim, ele disse que o Bitcoin e outros ativos digitais até estão em uma bolha. Entretanto, isso não quer dizer que vão quebrar:
“Está cheio de gênio aí no mercado nos últimos anos, é só comprar que sobe. Mas essas situações, às vezes, se resolvem de forma negativa e, às vezes, não (….) Por exemplo, o mercado de arte sobe há décadas e não teve um crash, Bitcoin e outras moedas alternativas estão numa bolha. Mas nada indica que terão um crash total.”