O fundador de uma das mais famosas pirâmides de criptomoedas foi condenado a oito anos de prisão.
Sohrab “Sam” Sharma, criador da Centra Tech, estava respondendo desde 2018 a processos de golpes com ofertas de criptoativos.
A empresa foi acusada de fraudar mais de US$ 36 milhões dos seus investidores, valor superior a R$ 204 milhões.
Na audiência, o fraudador mostrou-se arrependido:
“Estou profundamente triste e arrasado pelo que minhas ações causaram àqueles que acreditaram em mim e na minha visão.”
Esquema descoberto
O esquema de fraude nos setores mobiliário, eletrônico e postal, foi descoberto em 2017, após o reconhecimento do suposto CEO da Centra Tech em foto usada nos documentos da empresa.
O blogueiro Harry Denley divulgou no seu site as inconsistências da companhia de Sharma. Expôs também que o sujeito apresentado nos documentos era — na verdade — um professor de filosofia canadense.
Após o conhecimento dessas informações, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, sigla em inglês) enviou uma intimação à Centra Tech. A entidade solicitava com urgência os documentos oficiais da empresa.
Como funcionava o sistema de fraude
A Centra Tech operava como uma pirâmide financeira que, como muitas, aproveitou o hype das ofertas iniciais de moedas (ICO, na sigla em inglês) em 2017.
Sharma e seus sócios, Robert Farkas e Raymond Trapani, promoveram o lançamento do “Cartão Centra”, que assegurava aos investidores compra de moedas digitais em redes que aceitassem Visa e Mastercard.
Além disso, o serviço da empresa também realizava compras online através de tokens emitidos pela organização.
Esse esquema rendeu aos golpistas uma quantia considerável em Ethereum. O governo americano confiscou 100 mil unidades de ETH da carteira digital usada pelo trio.
No momento da escrita desta matéria, a cotação da ETH é de US$ 1,4 mil — um pouco a mais de R$ 8,3 mil.
Persuasão de investidores com ajuda de celebridades
Sharma e seus sócios usavam as redes sociais como um canal para atrair novas vítimas. Os golpistas pagavam celebridades para divulgarem a sua empresa nos perfis.
O boxeador Floyd Mayweather e o produtor musical DJ Khaled foram alguns dos famosos que ajudaram a promover o negócio criminoso de Sharma.
Uma das vítimas do fraudador, Lisa Stewart, lamentou no tribunal que a Centra Tech destruiu todas as suas economias:
“Nossa família sofreu muitos danos emocionais e psicológicos por causa disso.”