Em agosto de 2019, o CriptoFácil relatou que funcionários de uma usina nuclear na Ucrânia foram presos por utilizarem a planta para minerar Bitcoin ilegalmente. Nove meses depois, as usinas nucleares na Ucrânia podem começar a minerar Bitcoin e outras criptomoedas legalmente, caso uma proposta do governo for aprovada.
O ministro interino de energia da Ucrânia, Olha Buslavets, enviou uma carta à Energoatom, operadora estatal de usinas nucleares do país, para considerar o uso de excesso de eletricidade para mineração de criptomoedas.
“Elaborar, juntamente com a Energoatom e a divisão Energoatom Trading, as questões regulatórias e técnicas da possível implementação de projetos de mineração de criptomoedas, a fim de fornecer mercados adicionais para a eletricidade gerada pelas usinas nucleares”, diz a carta, publicada por Geo Leros, membro do Parlamento pelo partido Servo do Povo, em sua conta do Facebook.
A Energoatom tem até o dia 08 de maio para explorar possíveis formas de minerar criptomoedas, de acordo com a carta.
Aproveitando excedente de energia
Em um texto publicado em sua conta oficial no Facebook na quarta-feira (6), o Ministério da Energia da Ucrânia disse que as usinas nucleares no país estavam com excesso de eletricidade devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
O ministério continuou dizendo que a visão do presidente Volodymyr Zelensky é digitalizar a Ucrânia, e que aplicar soluções inovadoras para evitar desperdícios de eletricidade é o melhor caminho a seguir.
“Uma das abordagens modernas para o uso de eletricidade em excesso é dedicá-la à mineração de criptomoedas. Isso não apenas permitiria manter a carga garantida nas usinas nucleares, mas também garantiria que as empresas pudessem atrair fundos extras (com essa atividade). Portanto, abriria o caminho para uma economia fundamentalmente nova, novas abordagens, um novo modelo de mercado”, afirmou o ministério.
A Ucrânia tem sido otimista sobre o setor de mineração de criptografia. No início deste ano, o Ministério da Transformação Digital do país disse que não regulamentará o setor, porque este já possui suas regras através do consenso de blockchain.
“Continuamos fiéis às atividades de mineração que fazem parte de redes descentralizadas abertas. A mineração não exige atividade regulatória dos órgãos governamentais de supervisão ou outras regulamentações de terceiros. Essa atividade é regulada pelo próprio protocolo e pelos membros da rede”, afirmou o ministério de transformação digital na época.