Uma série de transações de Bitcoin (BTC) foram realizadas nesta terça-feira (1). De acordo com a empresa de segurança Elliptic, as transações vieram de endereços associados ao ataque contra a exchange Bitfinex, em 2016.
No total, cerca de 94 mil BTC foram movimentados em 23 transações diferentes. Com base na cotação atual, o valor total movimentado ultrapassa os R$ 18 bilhões.
“Até agora, esta manhã, 94.643,29 bitcoins (US $ 3,55 bilhões) foram movidos em 23 transações, de uma carteira associada a um roubo de BitFinex em 2016, para um novo endereço”, disse a Elliptic.
Ainda segundo a empresa, é improvável que esses fundos sejam gastos todos de uma vez. De fato, os hackers realizaram a lavagem desse dinheiro por quase seis anos. Movimentar tudo de uma vez, disse a Elliptic, atrairia uma atenção indesejada para o grupo.
No entanto, o número de BTC transferidos foi expressivo, correspondendo a 79% do total de 119.756 BTC roubados em 2016. Ou seja, esta foi a maior movimentação de fundos realizada pelos hackers desde que o ataque ocorreu.
Em termos de quantidade de criptomoeda, o ataque à exchange foi um dos maiores na história do BTC.
Primeiros alertas
O primeiro alerta veio do perfil Whale Alert, quando os hackers fizeram uma transação de 10.000 BTC. O valor, que corresponde a cerca de R$ 2 bilhões na cotação atual, foi enviado para uma carteira desconhecida.
A nova série de retiradas interrompe um período de quase um ano de inatividade dos hackers. Sua última movimentação havia sido em abril, conforme noticiou o CriptoFácil. Na ocasião, o BTC havia acabado de renovar a sua máxima histórica em US$ 64 mil e os hackers movimentaram 10.200 BTC em 63 operações.
Um movimento de fundos roubados, sobretudo os da Bitfinex, geralmente levanta suspeita de que os hackers estariam em busca de vender e realizar lucros. Assim como no caso da Mt. Gox, a atitude gera receio de que o preço do BTC passe por novas desvalorizações.
Ao contrário de outros roubos em mercados tradicionais, a maior parte dos BTC roubados da Bitfinex é amplamente rastreada. Os endereços são conhecidos e fazem parte de diversas listas de procurados. Dessa forma, os hackers terão dificuldade em vendê-los nas exchanges tradicionais.
Em outras palavras, apesar do grande volume movimentado desta vez, as operações apresentam pouco risco de impactar o preço do BTC. Na verdade, a criptomoeda opera em alta de 6,17% no momento da escrita deste texto, valendo cerca de R$ 204 mil.