TORONTO (Reuters) - Advogados que representam clientes da plataforma de criptomoedas canadense QuadrigaCX pediram à polícia a exumação do corpo do fundador da companhia, cuja morte repentina no ano passado deixou milhões de dólares em moeadas digitais presas nas contas. O objetivo é saber se o corpo é dele mesmo.
Gerald Cotten morreu em dezembro de 2018 enquanto viajava pela Índia por conta de complicações da doença de Crohn. O empresário de 30 anos era a única pessoa com acesso às senhas das carteiras digitais da QuadrigaCX, que abrigam cerca de 180 milhões de dólares canadenses (135 milhões de dólares).
Após a morte de Cotten, a QuadrigaCX, que tinha cerca de 115 mil usuários, ficou sem poder localizar ou garantir uma quantia significativa das reservas de criptomoedas.
A viúva de Cotten, Jennifer Robertson, afirmou em depoimento que recebeu ameaças online e "comentários difamatórios", incluindo perguntas sobre a natureza da morte do empresário e se ele realmente estava morto.
"O propósito desta carta é pedir, em nome dos clientes afetados, que a polícia do Canadá conduza uma exumação e autópsia post-mortem do corpo de Gerald Cotten para confirmar sua identidade e a causa da morte dadas as questionáveis circunstâncias envolvendo a morte de Cotten e as perdas significativas dos usuários afetados", afirma a carta de 13 de dezembro publicada pelo advogado Miller Thomson.
A carta pede a exumação e autópsia até a primavera do hemisfério norte "diante de preocupações sobre decomposição".
A polícia do Canadá não comentou o assunto de imediato. Advogados de Robertson não se manifestaram.
A QuadrigaCX, que negociava moedas digitais como bitcoin, Litecoin e Ethereum, pediu anteriormente recuperação judicial.
(Por Anna Mehler Paperny)