Foi divulgado na quinta-feira (1º) o primeiro relatório do Conselho de Mineração de Bitcoin (BMC, na sigla em inglês). Segundo o documento, cerca de 67% da mineração de BTC é proveniente de fontes sustentáveis. A atividade é a única onde mais de 50% da energia consumida é gerada dessa forma.
Os dados foram coletados através de uma pesquisa realizada pelo BMC. De acordo com o conselho, mais de 32% dos mineradores participaram do questionário.
Aumento de fontes sustentáveis na mineração
O conceito de energia sustentável é utilizado para designar fontes de energia que emitem menos poluentes e, consequentemente, causam menos danos ao meio ambiente. Alguns exemplos de fontes energéticas que atendem estes requisitos são:
- hídrica (energia da água dos rios);
- solar (energia do sol);
- eólica (energia do vento);
- geotérmica (energia do interior da Terra);
Como resultado, a mineração de BTC está à frente da União Europeia e dos Estados Unidos, cujos percentuais de energia renovável correspondem a 49% e 30%, respectivamente.
“Os resultados desta pesquisa mostram que os membros do BMC e os participantes da pesquisa estão atualmente utilizando 67% da eletricidade sustentável. Com base nesses dados, estima-se que o mix de eletricidade sustentável da indústria de mineração global cresceu aproximadamente 56% durante o segundo trimestre.”, afirma o documento.
Curiosamente, o Brasil, conhecido por ter uma matriz de energia sustentável, gera apenas 21,4% de sua energia de fontes limpas. Em outras palavras, a mineração de BTC utiliza mais de três vezes a quantidade de energia limpa que o nosso país.
Bitcoin reaproveita energia desperdiçada
Ao mesmo tempo que utiliza energia renovável, o BTC consome pouca energia. Os dados do BMC apontaram que a mineração consome apenas 0,1% de toda a eletricidade gerada no planeta. São 198 terawatts/hora (TWh) consumidos, ao passo que a produção global é de 162.194 TWh.
Os dados corroboram estudos anteriores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que estimaram o consumo de energia nos mesmos 0,1%. Por outro lado, o BTC também consome cerca de 0,4% da energia global que é desperdiçada anualmente.
Isto significa que a atividade reutiliza eletricidade que, de outro modo, seria desperdiçada. Este percentual pode chegar a 2,8% apenas nos EUA, país onde 65% da energia produzida é perdida ou desperdiçada.
Tesla voltará a aceitar Bitcoin?
Agora, com a revelação de novos dados oficiais sobre a mineração de BTC, o mercado pode voltar seus olhos para a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e, especificamente, Elon Musk. Afinal, a fabricante de carros voltará a aceitar a criptomoeda como forma de pagamento?
Em março, Musk anunciou pela primeira vez que a empresa aceitaria BTC como meio de pagamento. A euforia durou menos de um mês, pois a Tesla voltou atrás em maio. Na ocasião, Musk alegou que o BTC só seria aceito novamente caso a mineração passasse a utilizar mais de 50% de energia sustentável.
Até o momento da escrita desta matéria, nem Musk nem a Tesla se pronunciaram sobre o relatório. Musk inicialmente faria parte do BMC, mas seu papel foi posteriormente reduzido a participação em um painel sobre mineração de BTC.