As moedas digitais de bancos centrais (CBDC) já estão sendo estudadas por autoridades financeiras ao redor do mundo. E as criptomoedas estão no mesmo barco.
Apesar de apresentarem uma boa proposta em relação à otimização de processos financeiros — como o fim do dinheiro físico, as CBDC podem abrir outros caminhos.
Mike Dolan, que contribui com o editorial de finanças e mercados da Reuters, falou sobre estes possíveis caminhos. E um deles pode levar às criptomoedas.
“Economia paralela” e criptomoedas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) descreve a “economia paralela” como grupo de pessoas que utiliza o dinheiro físico para evitar a cobrança de impostos.
Nesse cenário, um dos pontos de atenção é que os participantes da “economia paralela” podem não ter interesse pelo CBDC.
Isso porque, diferente do dinheiro físico, as CBDC serão mais rastreáveis. Como exemplo, economistas do FMI traçam uma linha antes do coronavírus.
Segundo os dados divulgados por eles, a economia paralela nos principais países da Europa poderia chegar a 20% do produto interno bruto — e até 35% em algumas economias emergentes da Europa.
Estes dados representam, apenas na zona do euro, cerca de 2 trilhões de euros. Este valor é quase o dobro das notas que estão atualmente em circulação.
Com o fim do dinheiro físico, é possível que parte desse capital escoe para criptomoedas.
Futuro das criptomoedas com CBDC
Como já citado, é provável que os participantes da “economia paralela” não tenham interesse em ter ligações com o banco central do país.
Esse temor é reforçado pela quantidade de estudo destinado para que não haja falhas no rastreio financeiro. Ou seja, é possível que este grupo recorra às criptomoedas.
Contudo, é possível que a esperança em uma nova ferramenta para fazer tais transações caia por terra. Como se sabe, a blockchain de muitas criptomoedas é pública.
Sem os devidos conhecimentos, é difícil que novatos na esfera de criptomoedas obtenham os resultados desejados.
De qualquer forma, é possível que criptomoedas focadas em privacidade sejam as novas “queridinhas” dos integrantes da “economia paralela”.